Encerrar o ano com um filme que nos obriga a olhar para dentro é um exercício corajoso. Adeus, June faz exatamente isso com uma precisão cirúrgica. O longa, em cartaz na Netflix, fala sobre perdas, mas também sobre o amor que une uma família, apesar dos conflitos.
O filme, que marca a estreia da atriz Kate Winslet na direção, é um estudo profundo sobre relações humanas e como cada um consegue lidar com a morte. É uma obra que diz muito com os silêncios e pequenos gestos para construir sua narrativa. Basta um olhar para que o público compreenda as dores abafadas de cada um.
Adeus, June
A trama se desenvolve a partir do retorno de quatro irmãos, agora adultos e marcados por suas próprias trajetórias, à casa onde cresceram. O motivo do reencontro é a notícia de que a saúde de June, interpretada pela magistral Helen Mirren, com um câncer que entrou em um estágio de declínio irreversível. O que se inicia sob um manto de formalidade, logo, dá lugar a uma explosão de sentimentos mal resolvidos, que foram guardados por décadas.
Assim, cada um dos irmãos carrega uma visão única e, muitas vezes, conflitante sobre a mãe. Enquanto uns buscam redenção, outros lutam contra ressentimentos antigos e escolhas de vida que os afastaram do convívio familiar. Cada universo é um show de interpretação. Por fim, além de Helen Mirren, o filme ainda conta com a própria Kate Winslet em cena, além de Toni Collette, Andrea Riseborough, Johnny Flynn e Timothy Spall no elenco principal. O roteiro foi escrito por Joe Anders, filho mais novo de Winslet.