Reservatórios da Grande São Paulo atingem o menor nível desde 2015, mas Sabesp descarta racionamento e reforça a necessidade de economia de água, prevendo melhora com as chuvas a partir de outubro.
Os reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo estão no menor nível desde a crise hídrica de 2015. Nesta quarta-feira, 20, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), formado por sete mananciais, registrava apenas 39,6% da capacidade. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pela distribuição de água e tratamento de esgoto no estado, no entanto, diz que não há risco de racionamento neste momento.
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Segundo a diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Sabesp, Samanta Souza, em entrevista ao Terra, este é o menor nível de reservação dos últimos 10 anos, desde a crise hídrica de 2015, quando o nível chegou a 11,8%.
O dado preocupa porque reflete um período de estiagem severa. Em julho, choveu apenas 27% da média histórica. Apesar disso, Samanta reforça que o cenário atual é diferente do que aconteceu em 2015. Ela ressalta que as obras da Sabesp ampliaram a capacidade da rede de abastecimento.
"Naquela época, nós não tínhamos o Sistema São Lourenço, que foi concluído em 2018 e trouxe uma capacidade de mais de 5 metros cúbicos por segundo de abastecimento na região metropolitana. Tivemos também a transferência do Jaguari para o Atibainha, além da ampliação da estação do Guarapiranga e do sistema Rio Grande, no ABC", explica.
Mesmo com o resultado das obras, que permitiram que diferentes regiões sejam abastecidas a partir de mais de uma fonte, o momento é de atenção.
"Apesar de ser, de fato, o pior índice dos últimos 10 anos, a situação atual de reserva na região metropolitana de São Paulo é bastante distinta daquela apresentada no período da crise hídrica. O que não nos permite deixar de ter atenção para a situação", reforça.
"De fato, é um momento de alerta, onde a Sabesp, junto com todos os órgãos reguladores que tratam sobre esse sistema, está atuando para que a gente mantenha essa segurança hídrica e termine esse período sem chuvas sem grandes impactos. E também a gente conta com a colaboração da população na economia de água", continua Samanta.
A expectativa é que, com a chegada do período úmido, que acontece de outubro a março, os mananciais recuperem parte de sua capacidade e a região atravesse o próximo período seco sem impactos significativos no abastecimento.
Dicas para economizar água
Para atravessar o período seco sem grandes impactos, a Sabesp orienta que os moradores adotem medidas simples de economia no dia a dia:
- Reduzir o tempo de banho para até cinco minutos;
- Fechar a torneira ao ensaboar a louça e enxaguar tudo de uma vez;
- Reaproveitar a água que sai do chuveiro enquanto aquece, utilizando-a para limpar a casa ou dar descarga;
- Evitar o uso de mangueiras para lavar calçadas, optando por pano úmido ou balde.
Para Samanta, a soma de pequenas atitudes pode fazer diferença. "Uma descarga leva seis litros de água. Se cada um economizar uma descarga por dia, a gente traz uma economia gigantesca para o manancial. São pequenas ações, grandes resultados nesse momento", pontua.