Papa critica falta de 'vontade política de alguns' na COP30

Leão XIV alertou que janela contra crise 'está se fechando'

18 nov 2025 - 07h51
(atualizado às 08h30)

O papa Leão XIV criticou a falta de "vontade política" para enfrentar a crise climática no planeta, em mensagem em vídeo para as Igrejas do Sul do Mundo, que se reuniram em Belém, no Pará, à margem da COP30, em meio às dificuldades para se encontrar consensos na cúpula da ONU.

Papa Leão XIV celebra Angelus no Vaticano
Papa Leão XIV celebra Angelus no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Na gravação, Robert Prevost, que vem dando sequência ao ativismo ambiental visto no pontificado de Francisco, afirmou que o Acordo de Paris, assinado em 2015, "tem impulsionado um progresso real e continua sendo nossa ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta", porém alertou que ainda não é suficiente.

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"Devemos ser honestos: não é o acordo que está falhando, nós é que estamos falhando em nossa resposta. O que está falhando é a vontade política de alguns. A verdadeira liderança implica serviço e apoio em uma escala que possa fazer realmente a diferença. Ações climáticas mais contundentes criarão sistemas econômicos mais sólidos e justos. Medidas políticas e climáticas firmes são um investimento em um mundo mais justo e estável", disse o Papa.

Leão XIV citou "enchentes, secas, tormentas e um calor implacável" e lembrou que "uma em cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência" das mudanças climáticas, que não são mais uma "ameaça distante".

"Ignorar essas pessoas é negar nossa humanidade compartilhada. Ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C [em relação à era pré-industrial], mas a janela está se fechando. Como guardiães da criação de Deus, somos chamados a agir com rapidez, fé e profecia para proteger o dom que Ele nos confiou", salientou.

O pontífice americano ainda declarou que as nações precisam "permanecer unidas na firme solidariedade com o Acordo de Paris e a cooperação climática". "Que este Museu Amazônico [palco da reunião das Igrejas do Sul Global] seja recordado como o espaço onde a humanidade escolheu a cooperação frente à divisão e à negação", destacou.

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