Setor privado e professores defendem educação como eixo da adaptação climática e escolas baseadas na natureza

Painel no Pavilhão Pará reúne governo, especialistas e setor privado para discutir educação ambiental e resiliência escolar

14 nov 2025 - 21h31
(atualizado em 17/11/2025 às 11h06)
Painel “Redes de Educação no Centro das Estratégias de Adaptação e Resiliência”, realizado na noite desta sexta-feira, 14, no Pavilhão Pará
Painel “Redes de Educação no Centro das Estratégias de Adaptação e Resiliência”, realizado na noite desta sexta-feira, 14, no Pavilhão Pará
Foto: Isabella Lima / Terra

O painel “Redes de Educação no Centro das Estratégias de Adaptação e Resiliência”, realizado na noite desta sexta-feira, 14, no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30, apresentou experiências práticas sobre o papel da educação na resposta à crise climática, com foco na adaptação e na construção de comunidades escolares mais resilientes.

O Governo do Pará destacou exemplos de reconstrução da rede estadual e apresentou o Guia para Elaboração de Planos de Contingência Escolares para Eventos Climáticos (Plancon Escolar), desenvolvido pela Seduc com apoio do Instituto Alana e assessoria técnica do Vozes da Educação. A secretária de Educação, Raquel Teixeira, reforçou que o trabalho é “feito para as escolas, mas principalmente com as escolas”, que passam a ter protagonismo na criação de seus próprios protocolos de segurança e adaptação.

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Quem também fez parte do debate foi Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva, que destacou o avanço de programas que aproximem a educação da natureza como estratégia de adaptação climática.

Segundo ela, o Motiva redefiniu sua atuação a partir de três grandes pilares: soluções sustentáveis, inclusão social e qualidade de vida. “Queremos ser indutores de cidades e comunidades mais resilientes e igualitárias”, afirmou.

Renata explicou que o instituto já mantinha o programa Caminhos para a Cidadania, voltado à educação para o trânsito. Mas a evolução dos desafios exigiu uma mudança de rota.

“Vinte anos depois, o mundo mudou. Os desafios da educação mudaram. Fizemos um mapeamento completo para entender o que estava sendo oferecido, o que as escolas precisavam e identificamos uma lacuna: trabalhar educação baseada na natureza.”

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Ela lembrou ainda que a própria atuação do grupo evidenciou os impactos dos riscos climáticos, citando as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul.

“Nós sabemos o quanto os riscos climáticos estão aí”, afirmou, lembrando os danos às estradas e a necessidade de mobilização emergencial.

A partir desse diagnóstico, o programa evoluiu para o Escolas Baseadas na Natureza, que hoje está presente em 950 municípios e já formou mais de 20 mil educadores. O ciclo formativo ocorre em três etapas:

  • Sensibilização dos educadores para a aproximação com a natureza: “educar com a natureza e não sobre a natureza”.
  • Capacitação em metodologias ativas, permitindo que os jovens experimentem soluções climáticas na prática.
  • Formação de jovens protagonistas, preparados para agir para além dos muros da escola e transformar seu território.

O programa também promove o Prêmio Escolas Baseadas na Natureza, que recebeu mais de 200 inscrições de projetos de naturalização de espaços escolares com finalidade pedagógica. As escolas selecionadas podem receber até R$ 100 mil para implementar os projetos, com apoio pedagógico e consultoria em arquitetura sustentável.

Além de Renata Ruggiero e Raquel Teixeira, participaram do painel Carolina Campos (Vozes da Educação), Laís Fleury (Instituto Alana) e Endell Oliveira (Instituto Ânima).

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*A repórter viajou a convite da Motiva, idealizadora da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes.

Fonte: Portal Terra
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