Emissões de gases de efeito estufa devem cair pela primeira vez antes de 2030, diz ONU

Relatório divulgado a poucos dias da COP30 aponta que redução ainda é insuficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC

28 out 2025 - 13h38
(atualizado às 13h58)
Resumo
ONU prevê redução das emissões globais de gases de efeito estufa antes de 2030, mas alerta que os esforços ainda são insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC.
ONU divulga relatório com 64 NDCs propostas por diversos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030
ONU divulga relatório com 64 NDCs propostas por diversos países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030
Foto: Bruce Yuanyue Bi/Getty Images

Em relatório divulgado nesta terça-feira, 28, a ONU apontou que, pela primeira vez desde o Acordo de Paris, assinado em 2015, as emissões globais de gases de efeito estufa deverão ser reduzidas antes de 2030. 

O novo documento avalia 64 Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são as metas climáticas estabelecidas por cada nação e submetidas entre 1º de janeiro de 2024 e 30 de setembro de 2025. 

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O relatório, divulgado poucos dias antes da Conferência das Partes (COP30), em Belém (PA), destaca que as NDCs abrangem cerca de 30% do total de emissões globais em 2019 e agem como uma métrica para entender de que forma a crise climática está sendo freada. 

Com a implementação das novas metas, as emissões devem apresentar um pico de redução média de até 24% até 2035, em relação aos níveis atingidos em 2019. 

A ONU elogiou os planos climáticos apresentados pelos países e afirmou que as delegações mostraram o "conjunto mais abrangente de compromissos climáticos nacionais até o momento". "Se totalmente implementadas, as metas nacionais atuais reduziriam as emissões globais em cerca de 10% até 2035", informou. 

Não é o suficiente

De acordo com o secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, apesar dos esforços para que se obtenha um ótimo resultado até a data estipulada, o ritmo em que as metas deverão ser implementadas ainda não é o suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC.

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“Por meio da cooperação climática convocada pela ONU e dos esforços nacionais, a humanidade está claramente reduzindo a curva de emissões pela primeira vez, embora ainda não seja suficientemente rápida. Portanto, embora a direção da mudança esteja melhorando a cada ano, temos uma grande necessidade de mais velocidade e de ajudar mais países a adotar ações climáticas mais firmes", afirmou.

O documento destacou, ainda, que 89% das NDCs incluem metas para toda a economia, abrangendo todos os principais setores; 73% incluem componentes de adaptação; 1/3 integra medidas de Perdas e Danos, particularmente entre os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento; e 78% das novas NDCs agora fazem referência ao oceano, um aumento de 39% em relação aos compromissos anteriores.

Em relação aos compromissos estabelecidos com os oceanos, a diretora-sênior de Políticas Climáticas da Ocean Conservancy, Anna-Marie Laura, declarou que o feito é motivo para comemoração, mas que ainda é necessário manter o foco na redução das emissões. 

“Ver 78% dos países destacarem o oceano em suas NDCs é motivo para comemorar. Isso demonstra o crescente reconhecimento do papel vital que as soluções oceânicas desempenham na ação climática e no apoio às economias. No entanto, precisamos manter o foco na redução das emissões. O oceano é um aliado fundamental, mas frequentemente negligenciado: embora 42% dos países estejam adotando pelo menos uma ação de mitigação baseada no oceano precisamos de muito mais medidas de mitigação oceânica", explicou.

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Fonte: Portal Terra
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