O grupo Samba de Coco Cachoeira da Onça, liderado por Mestra Joana Maria, representa a cultura quilombola de Pernambuco na COP30 em Belém, celebrando o samba de coco e fortalecendo a tradição cultural.
Com sede em Quitimbu, zona rural de Custódia, em Pernambuco, o Samba de Coco Cachoeira da Onça, liderado por Mestra Joana Maria da Silva, foi escolhido pelo Movimento Quilombola de Pernambuco para representar sua cultura na COP30.
O grupo está em Belém para participar dos debates e eventos relacionados ao universo quilombola, com uma delegação de dez integrantes. Mestra Joana Maria, que não foi à COP30 por conta da saúde, deu a recomendação, aos risos: “Vão lá, mostrem um coco arrochado, mostrem a eles o que é um coco de roda.”
O Samba de Coco Cachoeira da Onça, com mais de duas décadas de história, é liderado por Mestra Joana Maria da Silva, guardiã da cultura do coco. Do território onde ela atua saíram outros nomes de referência, como os Calixto, de Arcoverde, e Negras e Negros do Leitão, da cidade de Afogados.
A ideia é botar para quebrar na COP30
Lideranças quilombolas do sertão celebraram a escolha para a COP30, como Lina Ione, presidenta da comissão quilombola da cidade de Custódia, com 37 mil habitantes: "É a representatividade de nosso povo num evento mundial, é muito importante".
As declarações dos envolvidos dão o tom da euforia. "Bota pra quebrar porque o Samba de Coco Cachoeira da Onça tem cultura de sobra", comemora Maurício de Siqueira, ativista e secretário municipal de Igualdade Racial em Sertânia.
Márcio José da Silva, um dos organizadores do grupo, diz que ele é renovado com a inclusão de vários jovens “que sambam e tocam muito bem. Pra gente é uma semente, tal qual foi com nossa mãe e nossos antepassados.”
Grupo tem agenda pós-COP30
O grupo Samba de Coco Cachoeira da Onça volta a Pernambuco dia 18 de novembro, para ações do Mês da Consciência Negra. Fará shows em escolas das cidades de Afogados, Iguaracy, Sertânia e Custódia.
O grupo realizará ainda uma turnê por Arcoverde, Caruaru e Região Metropolitana de Recife, em dezembro. É muita correria? "Não é difícil trabalhar com esses gênios do samba: a música e a arte estão no sangue e no dia a dia deles, em todos os momentos", explica o jornalista e produtor cultural Leonardo Lemos.