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Brasil perdeu área maior que Espanha e França juntas entre 1985 e 2024, diz MapBiomas

Levantamento foi divulgado nesta quarta-feira, 13

13 ago 2025 - 00h00
Resumo
Segundo estudo feito pelo MapBiomas, Brasil perdeu mais de 111,7 milhões de hectares entre 1985 e 2024, o que representa 13% do território nacional e é maior que as áreas da Espanha e da França juntas, que totalizam 105,7 milhões de hectares. Dessa área, a Amazônia perdeu 52,1 milhões - área sozinha que é maior que a Espanha.
Vista aérea mostra desmatamento na Amazônia, próximo a Uruará, Pará
21/01/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino
Vista aérea mostra desmatamento na Amazônia, próximo a Uruará, Pará 21/01/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O Brasil perdeu mais de 111,7 milhões de hectares entre 1985 e 2024, o que representa 13% do território nacional. Essa área, por exemplo, é maior que as áreas da Espanha e da França juntas, que totalizam 105,7 milhões de hectares. A informação é do levantamento feito pelo MapBiomas, divulgado nesta quarta-feira, 13.

A organização analisa imagens de satélite para desenvolver pesquisas sobre a cobertura e o uso de terra. De acordo com o estudo, o País perdeu cerca de 2,9 milhões de hectares de áreas naturais por ano, elevando o montante a 111,7 milhões entre 1985 e 2024.

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Julia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), reforçou o impacto do desmatamento a partir de 1995. "O auge dessa transformação foi entre 1995 e 2004, quando o desmatamento atingiu os maiores picos. Mas, entre 2005 e 2014, registrou-se a menor perda líquida de florestas desde 1985. Essa tendência se inverteu nesta última década, que foi marcada por degradação, impactos climáticos e avanço agrícola”, explicou.

Segundo o MapBiomas, aumentou a proporção de municípios do País com atividade agropecuária como principal e que realizaram a troca da área natural de vegetação por pasto ou plantação. O percentual subiu de 47% do total de municípios brasileiros em 1985 para 59% em 2024, com aumento de 12 pontos percentuais.

Nos últimos 10 anos

Entre 2015 e 2024, o MapBiomas constatou o aumento da mineração, motivado pelo garimpo ilegal. Segundo o estudo, a mineração se expandiu e teve 58% da sua área total surgindo nessa década. A concentração da mineração está, principalmente, na Amazônia: 66% do total é no bioma.

No Pampa, consolidou-se a expansão da área agrícola em vez dos campos. Em 2024, as áreas com uso agrícola no bioma totalizaram 7,9 milhões de hectares, enquanto as áreas campestres ocupavam apenas 5,8 milhões.

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Os últimos dez anos também mostraram mudanças no Pantanal. O bioma alagado teve seus ciclos de inundação reduzidos a cada década, e 2024 foi o ano mais seco dos últimos 40 anos. As secas também afetaram a Amazônia, que teve 8 dos últimos 10 anos como os de menores superfícies de água da série registrados na última década.

Amazônia perdeu uma Espanha inteira em áreas naturais

De 1985 a 2024, a Amazônia perdeu 52,1 milhões de hectares de áreas naturais. Essa área é maior que a da Espanha inteira, que possui 50,6 milhões de hectares. Vale destacar que os Estados com maior proporção de vegetação nativa ficam na Amazônia: Amapá (com 96% de sua área coberta por vegetação nativa), Amazonas (95%) e Roraima (94%).

No Pantanal, a área perdida no período analisado foi de 1,7 milhão de hectares de áreas naturais, tanto de vegetação nativa quanto de corpos d’água convertidas para uso da agropecuária. Segundo o levantamento, a superfície de água se estendia por 24% do bioma em 1985, mas, em 2024, esse número caiu para apenas 3% do bioma. De acordo com os pesquisadores no estudo, isso se dá por causa dos períodos de seca mais frequentes e mais extremos, além da diminuição das cheias.

De acordo com o estudo, o Pampa foi o bioma com maior perda proporcional de vegetação nativa nos últimos 40 anos, com 3,8 milhões de hectares perdidos. Já o Cerrado perdeu 40,5 milhões de hectares entre 1985 e 2024. Na Caatinga, a perda foi de 9,2 milhões de hectares, enquanto na Mata Atlântica foi de 4,4 milhões de hectares.

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Fonte: Redação Terra
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