Sete em cada dez alemães estão insatisfeitos com governo Merz

7 dez 2025 - 15h21

Governo de coalizão entre conservadores e social-democratas liderado pelo chanceler federal Friedrich Merz continua a perder apoio sete meses depois de chegar ao poder. Só 21% dos alemães aprovam administração.O governo liderado pelo chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, continua a perder apoio entre os eleitores, sete meses depois de chegar ao poder. Uma pesquisa divulgada neste domingo (07/12) pelo jornal Bild am Sontag apontou que apenas 21% dos alemães estão satisfeitos com o desempenho da coalizão de governo, formada pelo bloco conservador CDU/CSUde Merz e o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda.

Merz assumiu a liderança do governo alemão em maio e desde então tem visto reprovação crescer pesquisa após pesquisa
Merz assumiu a liderança do governo alemão em maio e desde então tem visto reprovação crescer pesquisa após pesquisa
Foto: DW / Deutsche Welle

Outro 70% expressaram insatisfação e 9% não responderam à pesquisa, elaborada pelo instituto Insa. Em agosto, quando o governo Merz estava perto de completar 100 dias no poder, um levantamento do mesmo instituto já havia apontado 60% de reprovação e 27% de aprovação. Dessa forma, a porcentagem de alemães insatisfeitos, que já era alta em agosto, saltou mais 10 pontos percentuais nos últimos quatro meses.

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As opiniões negativas sobre a performance pessoal do chanceler federal Merz são similares. De acordo com a pesquisa divulgada neste domingo, apenas 23% dos alemães apontam estar satisfeitos com o trabalho do líder conservador, enquanto 68% o veem de maneira negativa.

"Estas são as piores avaliações já registradas em relação ao chanceler e seu governo", disse Hermann Binkert, diretor do instituto Insa, ao jornal Bild am Sonntag.

Os números são quase tão ruins quanto os registrados pelo antecessor de Merz na chefia da chancelaria, o social-democrata Olaf Sholz, durante a derrocada do seu governo em 2024. Em novembro do ano passado, nos dias posteriores à desintegração da sua coalizão, Scholz registrou 72% de reprovação pessoal e 21% de aprovação.

A pesquisa divulgada neste domingo sobre o governo Merz ouviu 1.005 pessoas entre os dias 4 e 5 de dezembro.

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Sob Merz, a Alemanha continua a registrar maus número econômicos. Após dois anos de recessão, relacionados principalmente à invasão da Ucrânia pela Rússia e o consequente aumento dos preços da energia, a maior economia europeia esperava se recuperar em 2025, mas o país viu as previsões serem reduzidas e até registrou contração no segundo trimestre. No momento, as previsões apontam para um crescimento modesto de apenas 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, a coalizão de Merz também tem exibido sinais de disputas internas em temas divisivos como política migratória, reforma da Previdência, gastos públicos e serviço militar, com as votações de projetos no Parlamento sedo encaradas mais como testes sobre o estado da aliança do que demonstrações de unidade.

Partidos da coalizão perdem apoio

Outro levantamento do mesmo instituto questionou os entrevistados sobre em quais partidos eles depositariam seus votos se a eleição estivesse próxima. O bloco CDU/CSU de Merz registrou 25% de apoio, enquanto seus parceiros do SPD apareceram com 15%. Dessa forma, os partidos da coalizão ficariam com apenas 40% dos votos, longe de formar uma maioria no Parlamento.

Na última eleição federal antecipada, em fevereiro, os parceiros somaram 44,9% dos votos, garantido apenas doze assentos a mais do que a marca para formar maioria no Parlamento.

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A mesma pesquisa mostrou que o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) aparece à frente da preferência do eleitorado, com 26%, embora tenha perdido um ponto percentual em relação à última pesquisa. O partido A Esquerda (Die Linke), por sua vez, apareceu com 11%. Os Verdes, com 10%. Já os partidos Liberal-Democrático (FDP, na sigla em alemão, de tendência pró-mercado) e o populista de esquerda e socialmente conservador BSW apareceram com 4%, abaixo da cláusula de barreira de 5% para garantir bancadas no Parlamento.

Neste segundo levantamento, o instituto Insa ouviu 1.206 pessoas entre 1 e 5 de dezembro. A margem de erro nas duas pesquisas é de 2,9 pontos percentuais.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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