"Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país", diz Lula ao defender aumento do IOF

2 jul 2025 - 11h37

Em viagem a Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a medida do governo que elevou o IOF e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o Congresso ter derrubado o dispositivo. A iniciativa visa manter em vigor o aumento do imposto sobre operações financeiras.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do Jornal da Manhã, na TV Bahia
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do Jornal da Manhã, na TV Bahia
Foto: Reprodução/TV Bahia / Perfil Brasil

"Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo", disse o presidente. Na terça-feira (1º), o advogado-geral da União, Jorge Messias, informou que o governo federal levou o tema ao STF. Ele argumentou que a derrubada do decreto pelo Congresso feriu a separação de Poderes.

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Governo tenta manter ajuste tributário diante da resistência do Congresso

O governo afirma que o aumento do IOF representa justiça tributária: os mais ricos arcam com mais recursos, reduzindo a necessidade de cortes em programas sociais. Já o Congresso critica o movimento, afirmando que não aceita ajustes fiscais sem que o governo reveja despesas.

Lula concedeu entrevista à TV Bahia em Salvador. "O presidente da República tem que governar o país, e decreto é uma coisa do presidente da República. Você pode ter um decreto legislativo quando você tem uma coisa que fira muito a Constituição, o que não é o caso. O governo brasileiro tem o direito de propor [aumento do] IOF sim", afirmou o petista.

Para o presidente, não houve aumento de imposto, mas "um ajuste tributário no país" para que os "ricos" contribuam mais e se evite cortes em políticas públicas. "O dado concreto é que interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo", completou.

Ele negou haver animosidade com o Congresso. "No mesmo dia que eles derrubaram o decreto do IOF, ele [Congresso] aprovou um monte de coisas. Ou seja, eu sou agradecido".

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E insistiu: "Mas, se eu não entrar com recurso no poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo. Eu mando um projeto de lei, eles podem aprovar ou não. Se eu vetar, eles podem derrubar o meu veto, e se eu não gostar, eu vou no poder Judiciário. Qual é o erro nisso?"

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