Rússia ataca Kiev às vésperas de reunião de Trump e Zelenski

27 dez 2025 - 09h41

Bombardeios atingiram capital da Ucrânia e nordeste e sul do país, deixando ao menos um morto, 19 feridos e milhares sem luz ou aquecimento. Presidente ucraniano se encontra com colega americano neste domingo na Flórida.A Rússia lançou na madrugada deste sábado (27/12) pesados ataques contra Kiev e regiões do nordeste e sul da Ucrânia, deixando pelo menos um morto, 19 feridos e centenas de milhares sem luz ou aquecimento. Os bombardeios ocorreram nas vésperas de um encontro entre o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o presidente dos EUA, Donald Trump, esperado para ocorrer neste domingo na Flórida.

Bombeiros combatem fogo em prédio atingido por bombardeio russo em Kiev
Bombeiros combatem fogo em prédio atingido por bombardeio russo em Kiev
Foto: DW / Deutsche Welle

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, relatou a morte de uma mulher de 47 anos e pelo menos 19 feridos na cidade, enquanto incêndios e explosões foram relatados em outras regiões.

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Os ataques russos, que também atingiram a infraestrutura elétrica, foram realizados com drones e mísseis, incluindo mísseis ultrassônicos Kinshal, segundo a mídia ucraniana.

Em Kiev, de acordo com a administração municipal, 2.600 prédios residenciais estão sem aquecimento após os ataques, com temperaturas próximas de zero grau. Além disso, 320 mil residências ficaram sem energia elétrica.

Em resposta à intensificação dos ataques russos contra a Ucrânia, a Polônia fechou dois aeroportos no nordeste do país e sua força aérea mobilizou aeronaves militares para controlar o espaço aéreo.

Encontro visa discutir plano de paz

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Os ataques ocorrem nas vésperas de um encontro entre Trump e Zelenski, considerado crucial para as negociações de paz em curso, embora o plano de 20 pontos apresentado pelo presidente ucraniano na véspera de Natal tenha sido rejeitado pela Rússia.

Zelenski mantém sua exigência de controle total da região de Donbass e rejeita a presença de tropas europeias e americanas na Ucrânia como parte das garantias de segurança para Kiev.

Nesta sexta-feira, Zelenski anunciou planos de viajar para a Flórida para se encontrar com Trump no próximo domingo e discutir a proposta de paz, bem como as garantias bilaterais de segurança que Washington poderia fornecer e um acordo econômico.

"O plano de 20 pontos em que estamos trabalhando está 90% concluído. Nossa tarefa é garantir que tudo esteja 100% pronto", afirmou ele sobre a proposta de paz, que ainda deixa em aberto questões como as concessões territoriais que Kiev está disposta a fazer.

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Neste sábado, Zelenski afirmou, antes de partir para os Estados Unidos, que o mais recente ataque russo a Kiev demonstra que Moscou "não quer o fim da guerra".

Os russos "estão buscando qualquer desculpa para infligir ainda mais sofrimento à Ucrânia e aumentar a pressão sobre outros", acrescentou o presidente ucraniano, especificando que Moscou utilizou aproximadamente 500 drones e 40 mísseis em seu último ataque a Kiev e arredores.

Os militares russos alegaram ter como alvo instalações militares e infraestrutura energética "utilizadas em benefício das Forças Armadas da Ucrânia".

md (EFE, AFP)

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