Variante Ômicron pode ter coletado parte de vírus do resfriado comum

3 dez 2021 - 19h57

A variante Ômicron do vírus que causa a Covid-19 provavelmente adquiriu pelo menos uma de suas mutações ao coletar um fragmento de material genético de outro vírus --possivelmente um causador do resfriado comum-- presente nas mesmas células infectadas, de acordo com pesquisadores.

Testes de antígeno contra a Covid
EYEPRESS/SUSAN LI
Testes de antígeno contra a Covid EYEPRESS/SUSAN LI
Foto: Reuters

Esta sequência genética não aparece em nenhuma das versões anteriores do coronavírus, chamado Sars-CoV-2, mas é onipresente em muitos outros vírus, incluindo aqueles que causam o resfriado comum, e também no genoma humano, disseram os pesquisadores.

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Ao inserir esse fragmento específico em si mesmo, a Ômicron pode parecer "mais humana", o que a ajudaria a escapar do ataque do sistema imunológico humano, disse Venky Soundararajan, do instituto de análise de dados nference, sediado em Cambridge, Massachusetts, que liderou o estudo publicado nesta quinta-feira na plataforma OSF Preprints.

Isso pode significar que o vírus é transmitido mais facilmente, causando apenas uma doença leve ou assintomática. Os cientistas ainda não sabem se a Ômicron é mais infecciosa do que outras variantes, se causa doenças mais graves ou se ultrapassará a Delta como a variante mais prevalente da Covid-19. Pode levar várias semanas para obter respostas a essas perguntas.

As células nos pulmões e no sistema gastrointestinal podem abrigar o Sars-CoV-2 e o vírus do resfriado comum simultaneamente, de acordo com estudos anteriores. Essa coinfecção cria o cenário para a recombinação viral, um processo no qual dois vírus diferentes na mesma célula hospedeira interagem enquanto fazem cópias de si mesmos, gerando novas cópias que possuem algum material genético de ambos os "pais".

Esta nova mutação pode ter ocorrido pela primeira vez em uma pessoa infectada com os dois patógenos quando uma versão do SARS-CoV-2 pegou a sequência genética do outro vírus, disseram Soundararajan e colegas no estudo, que ainda não foi revisado por pares.

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