Ucrânia celebra empréstimo de 90 bi de euros da UE, apesar da falta de acordo sobre ativos russos

19 dez 2025 - 09h53

A Ucrânia agradeceu à União Europeia na sexta-feira por ter decidido fornecer 90 bilhões de euros (US$105,46 bilhões) de apoio nos próximos dois anos -- mesmo que o bloco não ‌tenha chegado a um acordo sobre um plano ambicioso para financiá-lo usando ativos russos congelados.

O presidente ‌russo, Vladimir Putin, disse que a UE desistiu do plano de usar seus ativos congelados porque teria enfrentado sérias repercussões.

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Os riscos de conseguir dinheiro para Kiev eram altos porque, sem a ajuda financeira da UE, a Ucrânia ficaria sem dinheiro no segundo trimestre do próximo ano e, ‍muito provavelmente, perderia a guerra para a Rússia. A UE teme que a ameaça de agressão russa contra o bloco se aproxime.

"Este é um apoio significativo que realmente fortalece nossa resiliência", escreveu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, no aplicativo Telegram, depois ‌que o acordo foi alcançado em uma cúpula de líderes da ‌UE.

A decisão foi tomada após horas de discussões sobre a proposta de um empréstimo sem precedentes com base nos ativos da Rússia, que acabou sendo politicamente muito exigente para ser resolvido nesta fase. Em vez disso, a UE pedirá dinheiro emprestado.

"ROUBO À LUZ DO DIA"

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Putin disse que o plano inicial de usar os ativos congelados da Rússia para garantir o empréstimo teria sido um "roubo à luz do dia".

"Por que esse roubo não pôde ser realizado? Porque as consequências poderiam ser graves para os ladrões", afirmou ele durante sua conferência de imprensa anual de fim de ano.

"Isso não é apenas um golpe para a imagem deles; é um enfraquecimento da confiança na zona do euro e no fato de que muitos países, não apenas a Rússia, mas principalmente os países produtores de petróleo, armazenam suas reservas de ouro e de moeda estrangeira na zona do euro."

A principal dificuldade para o plano de empréstimo de reparação foi fornecer à Bélgica, onde 185 bilhões de euros do total de ativos ‌russos na Europa são mantidos, garantias suficientes contra riscos financeiros e legais de possíveis retaliações russas pela liberação do dinheiro para a Ucrânia.

O chanceler alemão Friedrich Merz, que havia insistido muito em um empréstimo de reparação apoiado pelos ativos russos congelados, argumentou que esse ainda era um bom negócio.

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