'Reunião genial': Xi Jinping suspende restrições às terras raras e Trump diz que vai à China em abril

O presidente americano, Donald Trump, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira, 30, na Coreia do Sul

30 out 2025 - 05h36
(atualizado às 08h04)
Resumo
Donald Trump e Xi Jinping reuniram-se na Coreia do Sul para discutir questões comerciais, concordando na suspensão das restrições chinesas às terras raras e na redução de tarifas americanas, além de prometerem cooperação futura.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, no final de um encontro bilateral à margem da reunião de cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro de 2025.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, no final de um encontro bilateral à margem da reunião de cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro de 2025.
Foto: REUTERS - Evelyn Hockstein / RFI

O presidente americano, Donald Trump, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira, 30, na Coreia do Sul. Esse foi o primeiro encontro presencial entre os dois líderes desde 2019, num momento considerado crucial para reduzir tensões comerciais que pressionam a economia global.

Para Trump, a questão das exportações chinesas de terras raras aos Estados Unidos está "resolvida". As restrições da China serão suspensas, garantiu o presidente americano, destacando também sua decisão de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas aos Estados Unidos de 57% para 47%. Os anúncios levaram os mercados financeiros a reagir com otimismo diante de uma possível redução nas tensões comerciais entre as duas maiores potências econômicas do mundo.

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Antes do início da reunião, Trump enfatizou diante da imprensa sua proximidade com Xi, dizendo que era "uma grande honra estar com um amigo de longa data". Segundo o presidente americano, ele e o líder chinês já haviam concordado em "muitas coisas" e concordariam "em outras mais". 

Xi se pronunciou em seguida, relativizando as tensões entre Washington e Pequim. Para ele, é normal que as "duas maiores economias do mundo tenham fricções de tempos em tempos". Por outro lado, frisou que a China e os Estados Unidos devem cooperar para enfrentar desafios globais.

Antes do encontro começar, uma repórter americana questionou Trump sobre sua mudança de postura em relação a testes atômicos — em referência direta à publicação que o presidente havia feito horas antes na plataforma Truth Social, defendendo que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos retome os exercícios nucleares após 33 anos sem realizá-los. O líder republicano se esquivou e encerrou a entrevista coletiva dizendo apenas: "muito obrigado".

Disposição ao diálogo

A reunião, que durou mais de uma hora e meia, começou logo em seguida. Embora o clima inicial tenha sido um reflexo dos meses de tensão comerical entre Estados e China, ambos buscaram demonstrar disposição ao diálogo. Testemunhos relataram que Trump manteve os olhos fixos em Xi durante suas falas, enquanto a chefe de campanha Susie Wiles trocava canais do fone de tradução e o secretário de Estado, Marco Rubio, observava atentamente a sala e a imprensa.

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Após o encontro, já a bordo do Air Force One, Trump disse a jornalistas que a reunião foi "genial" e que os dois lados chegaram a um "conjunto excepcional de decisões". Entre elas, a suspensão, por 12 meses, das restrições chinesas à exportação de terras raras — minerais essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como semicondutores e baterias. Em troca, os Estados Unidos reduzirão de 20% para 10% as tarifas aplicadas a produtos relacionados ao fentanil, após a promessa de Pequim de reforçar o combate ao envio de precursores químicos na fabricação na droga.

Trump ainda afirmou que acredita que um acordo comercial com a China pode ser assinado "muito em breve", com validade de pelo menos um ano, e disse que Taiwan "não foi discutido". Já a guerra na Ucrânia teria sido tratada "de forma intensa". Os  líderes teriam se comprometido a buscar uma solução diplomática.

O líder republicano também confirmou que viajará à China em abril de 2026 e que Xi Jinping visitará os Estados Unidos logo depois. Após o encontro, Trump embarcou de volta para Washington e Xi seguiu para Gyeongju, onde participa da reunião de cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), em Gyeongju, na Coreia do Sul. 

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