Protestos crescem no Chile após pedido de "perdão" de Piñera

Manifestantes ignoraram estado de emergência e voltaram às ruas

24 out 2019 - 09h39
(atualizado às 10h21)
Foto: Henry Romero / Reuters

Se o presidente do Chile, Sebastián Piñera, pretendia desmobilizar os manifestantes que tomam as ruas do país desde o fim da semana passada com o anúncio de um pacote de medidas sociais, o efeito foi justamente o contrário.

Poucas horas depois de o mandatário ter prometido renda mínima a todos os trabalhadores, aumento das aposentadorias dos mais pobres e redução do custo da política, o Chile presenciou nesta quarta-feira (23) o maior protesto desde o início das manifestações, na última sexta (18).

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Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas do centro da capital Santiago e deram início a uma mobilização que deve se estender por esta quinta-feira (24), convocada por sindicatos e organizações sociais.

Os manifestantes ignoraram o estado de emergência em vigor por ordem de Piñera e se concentraram na Praça Itália, a dois quilômetros do Palácio de la Moneda, sede do governo.

Os protestos começaram por causa do aumento do preço nas passagens de metrô em Santiago e da desigualdade social, que se reflete sobretudo nos aposentados, mas agora exigem também a retirada das Forças Armadas das ruas.

Além disso, muitos pedem a renúncia de Piñera, que chegou a dizer que o Chile estava "em guerra", mas depois pediu perdão e anunciou uma série de medidas sociais para acalmar a insatisfação do povo. A imprensa local trata as manifestações de outubro como a maior mobilização popular no país nos últimos 50 anos.

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Até o momento, pelo menos 18 pessoas morreram nos protestos, mas o governo diz que quase todas as vítimas faleceram durante saques a lojas e mercados. "Machuca-nos profundamente constatar que pessoas faleceram ou sofreram lesões graves", disse o ministro chileno da Justiça, Hernán Larraín.

Mais de 2,1 mil manifestantes já foram presos, incluindo 243 menores de idade.

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