Com informações de Siavosh Ghazi, correspondente da RFI em Teerã
A pena de morte para Aghil Keshavarz, considerado "culpado por espionagem em favor do regime sionista, de comunicação e cooperação com o regime", foi aplicada "após confirmação pela Suprema Corte e ao término dos procedimentos legais", informou a agência Mizan.
O homem de 27 anos, apresentado como um "agente do Mossad", serviço de inteligência externo israelense, havia sido preso entre abril e maio de 2025 no noroeste do Irã, mas o caso não foi divulgado antes.
A pena capital foi pronunciada com base nas "confissões explícitas e claras do acusado, além de "provas", incluindo fotos e gravações de vídeo "realizadas em locais militares e de segurança", acrescentou a Mizan.
Segundo a Justiça, o acusado enviou informações e fotos de instalações militares na região de Oroumieh, situada no noroeste do Irã, para Israel. Ele foi preso antes da guerra.
Irã multiplica execuções de acusados de espionagem para Israel
Desde a guerra de 12 dias lançada por Israel contra o Irã, Teerã vem aumentando o número de enforcamentos de pessoas acusadas por espionagem em favor do Estado hebreu. Esta execução ocorre enquanto o porta-voz da Justiça anunciou, há alguns dias, a condenação à morte de um iraniano que também tem nacionalidade sueca, igualmente por espionagem em favor de Israel.
Não se sabe o número exato de pessoas presas por espionagem para Israel, mas pelo menos uma dezena foi enforcada nos últimos meses.
Irã e Israel travaram uma guerra desencadeada por um ataque sem precedentes de Israel em 13 de junho, contra instalações militares e nucleares no território iraniano, além de áreas habitadas. Um cessar-fogo está em vigor desde 24 de junho. Desde então, o Irã prometeu julgamentos rápidos para pessoas detidas sob suspeita de colaboração com Israel, anunciando múltiplas prisões e a execução de pelo menos dez pessoas condenadas por trabalhar com o Mossad.
O Irã, que não reconhece Israel, acusa há muito tempo o país de realizar operações de sabotagem contra suas instalações nucleares e assassinar seus cientistas. Em outubro, Teerã endureceu sua legislação: agora, "qualquer atividade de inteligência ou espionagem" em favor de Israel, dos Estados Unidos ou de outros governos e grupos considerados hostis ao Irã "será punida com a confiscação de todos os bens (...) e passíveis de pena de morte". A lei anterior não mencionava países específicos, e a espionagem não era necessariamente punida com pena capital.