Inundações na China matam dezenas de pessoas e obrigam milhares a deixar suas casas

O norte da China é palco de chuvas intensas que já obrigaram 80 mil pessoas a deixar suas casas apenas na capital Pequim e seus arredores. Segundo números divulgados pela imprensa local nesta terça-feira (29), as inundações já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas.

29 jul 2025 - 14h59

O norte da China é palco de chuvas intensas que já obrigaram 80 mil pessoas a deixar suas casas apenas na capital Pequim e seus arredores. Segundo números divulgados pela imprensa local nesta terça-feira (29), as inundações já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas.

Moradores sendo socorridos após chuvas torrenciais nos arredores de Pequim.
Moradores sendo socorridos após chuvas torrenciais nos arredores de Pequim.
Foto: via REUTERS - Stringer / RFI

De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, a última série de fortes tempestades resultou em 30 mortes em Pequim até a noite de segunda-feira (28). O jornal local oficial Beijing Daily informou que um total de 80.332 pessoas foram deslocadas devido às inundações. A publicação relata chuvas contínuas e extremamente fortes, que causaram "graves desastres". Os distritos de Huairou, ao norte de Pequim, e Fangshan, ao sudoeste, estão entre os que sofreram significativos danos.

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O Beijing Daily também mencionou que dezenas de estradas foram fechadas e mais de 130 vilarejos nas proximidades ficaram sem eletricidade.  

O distrito de Miyun, ao nordeste de Pequim, foi um dos mais afetados. Repórteres da AFP que estavam na região observaram tratores resgatando pessoas, enquanto os socorristas lutavam com a água até os joelhos. Em Mujiayu, um reservatório liberou um volume intenso de água, enquanto ambulâncias e veículos militares percorriam as ruas alagadas. Linhas de eletricidade foram cortadas pelas enxurradas, e os bombeiros resgataram 48 pessoas presas em um centro de cuidados para idosos, conforme relatado pela CCTV, a emissora pública chinesa.

Na província de Hebei, que circunda a capital, um deslizamento de terra em uma aldeia resultou na morte de quatro pessoas e deixou oito desaparecidas na segunda-feira, segundo a mesma emissora. As autoridades locais emitiram um alerta de inundações repentinas, que permaneceu em vigor até a noite de terça-feira. Chengde, a capital regional, e seus arredores estão sob o mais alto nível de alerta.

Na noite de segunda-feira, o presidente chinês Xi Jinping pediu às autoridades que acelerassem os esforços para proteger os moradores das áreas em risco de inundação. O governo liberou ainda 350 milhões de yuans (mais de R$ 260 milhões na cotação atual) para operações de resgate em nove regiões afetadas pelas chuvas intensas, além de 200 milhões de yuans (mais de R$ 150 milhões) destinados exclusivamente a Pequim.

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As inundações são um fenômeno recorrente na China, devido à sua geografia, clima e à grande densidade populacional em áreas propensas a enchentes. Chuvas repentinas na província de Shandong já haviam causado a morte de duas pessoas e deixado dez desaparecidas este mês. Além disso, um deslizamento de terra em uma rodovia na província de Sichuan, no sudoeste do país, resultou na morte de cinco pessoas.

Há pouco mais de um mês, mais de 80 mil de pessoas também tiveram que ser retiradas da província de Guizhou, no sudoeste da China, depois das enchentes que atingiram a região. Em julho de 2021, a província de Henan, especialmente sua capital, Zhengzhou, foi severamente afetada por chuvas recordes, resultando em 302 mortes. 

(Com AFP)

A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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