Forças sudanesas das RSF matam quase 300 pessoas em Kordofan do Norte, dizem ativistas

14 jul 2025 - 18h45

Ativistas sudaneses disseram nesta segunda-feira que as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares mataram quase 300 pessoas em ataques no Estado de Kordofan do Norte que começaram no sábado.

As RSF têm lutado contra o Exército sudanês nessa área, uma das principais linhas de frente de uma guerra civil que vem ocorrendo desde abril de 2023. O Exército assumiu o controle firme do centro e do leste do país, enquanto as RSF estão trabalhando para consolidar seu controle das regiões ocidentais, incluindo Kordofan do Norte.

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O grupo de direitos humanos Emergency Lawyers disse em um comunicado nesta segunda-feira que as RSF tinham atacado vários vilarejos no sábado ao redor da cidade de Bara, que os paramilitares controlam. Em um vilarejo, Shag Alnom, mais de 200 pessoas foram mortas por incêndio criminoso ou tiros. Segundo o grupo, as incursões para saquear outros vilarejos mataram 38 civis, e dezenas de outros desapareceram.

No dia seguinte, segundo o grupo, as RSF atacaram o vilarejo de Hilat Hamid, matando 46 pessoas, incluindo mulheres grávidas e crianças.

Mais de 3.400 pessoas foram forçadas a fugir, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

"Foi provado que esses vilarejos visados estavam completamente desprovidos de quaisquer objetivos militares, o que deixa clara a natureza criminosa desses crimes realizados em total desrespeito ao direito humanitário internacional", disse o Emergency Lawyers, atribuindo a responsabilidade à liderança das RSF.

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Os Estados Unidos e grupos de direitos humanos acusaram as RSF de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Seus soldados têm realizado uma série de violentos ataques de pilhagem nos territórios que assumiram o controle em todo o país.

A liderança das RSF afirma que levará os responsáveis por esses atos à Justiça.

A guerra civil do Sudão criou a maior crise humanitária do mundo, levando mais da metade da população à fome e espalhando doenças como a cólera por todo o país. Uma redução global nos gastos com ajuda humanitária sobrecarregou a resposta humanitária.

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