UE anunciará novas sanções contra a Rússia na quinta-feira
Medidas devem afetar principalmente os setores de tecnologia e defesa, mas também o acesso russo aos mercados financeiros europeus e aos bens de uso civil e militar
A União Europeia (UE) divulgará na próxima quinta-feira as novas sanções contra empresas e autoridades russas por seu apoio aos separatistas da Ucrânia, anunciou nesta terça-feira a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
A UE decidiu "acelerar a elaboração das sanções decididas na semana passada em Bruxelas pelos chefes de Estado e de governo da UE", declarou Ashton, informando que a lista será revelada na quinta-feira.
Ashton disse que a lista é destinada a "empresas e pessoas, incluindo da Federação Russa", pelo fornecimento de material e apoio financeiro aos responsáveis pela anexação da península ucraniana da Crimeia, em março, e pela desestabilização do leste do país, onde foi derrubado o avião da Malaysia Airlines.
Segundo fontes diplomáticas, a UE conclui nesta terça-feira a lista de sanções contra Moscou, que devem afetar principalmente os setores de tecnologia e defesa.
"A Comissão (Europeia) será encarregada de preparar sanções contra os setores de tecnologias estratégicas e militares", declarou o ministro austríaco de Relações Exteriores, Sebastian Kurz, em uma reunião com outros chanceleres europeus em Bruxelas.
De acordo com outra fonte, as medidas podem afetar também o acesso russo aos mercados financeiros europeus e aos bens de uso civil e militar, assim como o setor energético, em particular de gás e petróleo.
Publicidade
Obama pede que Putin pressione rebeldes separatistas
Video Player
A Comissão Europeia e o serviço diplomático da UE terão vários dias para preparar as medidas, segundo as mesmas fontes.
A Rússia está mais do que nunca na mira da UE, depois da tragédia com o avião malásio, supostamente abatido por separatistas pró-russos na quinta-feira passada com quase 300 pessoas a bordo no momento em que sobrevoava o leste da Ucrânia.
Europa e Estados Unidos pedem que a Rússia use sua influência sobre os rebeldes para facilitar a investigação sobre a tragédia, em especial, o acesso dos investigadores ao local do acidente. O presidente russo, Vladimir Putin, respondeu ao pedido nesta terça-feira.
"A Rússia fará tudo o que estiver ao seu alcance para uma investigação completa, exaustiva, profunda e transparente", declarou Putin, citado por agências.
Moscou já foi alvo de sanções europeias por seu papel no conflito entre Kiev e os rebeldes pró-russos. Até o momento, a UE proibiu a emissão de vistos europeus e congelou os ativos de 72 russos e ucranianos.
Publicidade
O Reino Unido lidera o grupo de países que pede sanções mais severas contra a Rússia, que incluem um embargo de armas. A França vem sendo pressionada a cancelar a venda de dois navios militares a Moscou.
"Seria impensável atender a um pedido como o que foi feito aos franceses", disse na segunda-feira o primeiro-ministro David Cameron.
"Entregar armas à Rússia é uma posição difícil de defender", disse nesta terça-feira em Bruxelas o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt.
Bildt, e seu colega polonês Radek Sikorski, acusaram diretamente Moscou de ter "fornecido armamento pesado aos separatistas pró-russos".
"O disparo que derrubou o avião da Malaysia Airlines é a consequência", acrescentou o sueco.
Em sua conta no Twitter, Dalia Grybauskaite, presidente de Lituânia - uma ex-república soviética -, se posicionou contra a "mistralização" da política da UE, em referência aos dois navios franceses do tipo Mistral comprados pela Rússia.
Publicidade
O presidente francês, François Hollande, afirmou na segunda-feira que a França entregará o primeiro dos dois navios porta-helicópteros porque já estão pagos. A entrega do segundo navio dependerá da "atitude" de Moscou na Ucrânia.
O contrato dos navios, concluído em 2011 por 1,2 bilhão de euros, tem suscitado polêmica desde o início da crise na Ucrânia.
O presidente americano, Barack Obama, já tinha expressado em junho sua preocupação em relação a esta venda.
1 de 28
Destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines que caiu com 295 pessoas à bordo próximo ao vilarejo de Grabovo, na região de Donetsk, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev
2 de 28
Destroços caíram na Ucrânia nesta quinta-feira
Foto: Maxim Zmeyev
3 de 28
Um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia informou que a aeronave foi derrubada por um míssil disparado por separatistas
Foto: Maxim Zmeyev
4 de 28
Um funcionário dos serviços de emergência disse que pelo menos 100 corpos foram encontrados
Foto: Maxim Zmeyev
5 de 28
A polícia e os bombeiros estão no local para atender a ocorrência
Foto: Maxim Zmeyev
6 de 28
Em comunicado oficial, a Boeing se colocou à disposição das autoridades na investigação do acidente
Foto: Dominique Faget
7 de 28
Destroços do avião estão espalhados pelo vilarejo de Grabovo
Foto: Dominique Faget
8 de 28
Entre os mortos haveria 23 cidadãos americanos, mas ainda não há informação sobre as demais nacionalidades
Foto: Maxim Zmeyev
9 de 28
Em 8 de março deste ano, um outro avião da Malaysia Airlines que decolou de Kuala Lampur em direção à Pequim, com 239 pessoas a bordo, desapareceu dos radares
Foto: Dmitry Lovetsky
10 de 28
Um dos focos de fogo do avião da Malaysia Airliness que caiu nesta quinta
Foto: Dmitry Lovetsky
11 de 28
Seguranças do Aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia procuravam informações do voo que vinha de Amesterdã
Foto: Vincent Thian
12 de 28
A entrada da Malaysia Airlines está fechada no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur
Foto: Olivia Harris
13 de 28
Após o acidente, o posto de atendimento da Malaysia Airliness fechou em Amesterdã, na Holanda
Foto: Olaf Kraav
14 de 28
O presidente da Ucrânia,Petro Poroshenko afirmou ter convicção de que se trata de um "ato terrorista"
Foto: Mykola Lazarenko
15 de 28
Este é o segundo avião da empresa que desaparece dos radares nos últimos meses
Foto: Tomas Manan Vatsyayana
16 de 28
Avião da Malaysia desaparece na Ucrânia perto da Rússia
Foto: Tomas Bartkowiak
17 de 28
Em imagem, avião da Malaysia Airlines é fotografado enquanto levanta voo
Foto: FRED NEELEMAN
18 de 28
Separatista é visto sobre destroços do avião, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev
19 de 28
Mulher põe flores na entrada do aeroporto de Schipol, em Amsterdã, um dia após a tragédia com o avião da Malaysia
Foto: Dominique Faget /AFP
20 de 28
Homem usa celular para registrar os destroços do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia após ser atingido por um míssil
Foto: Dominique Faget /AFP
21 de 28
Um funcionário do resgate demarca locais em que corpos das vítimas foram encontrados na área em que o avião da Malaysia caiu
Foto: Dominique Faget /AFP
22 de 28
Soldado pró-Rússia encontra um brinquedo entre os destroços do avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
23 de 28
Soldados pró-Rússia resguardam a área em que caiu o avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
24 de 28
Um representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa acompanha os trabalhos de resgate perto de destroços do avião da Malaysia que caiu na Ucrânia
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
25 de 28
Separatistas pró-Rússia reúnem pertences de passageiros do avião que caiu na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
26 de 28
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
27 de 28
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
28 de 28
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento sobre o desastre do avião da Malaysia; Obama disse que o míssil partiu de um território controlado por separatistas pró-Rússia
Foto: Larry Downing/Reuters
Todos os direitos de reprodução e representação reservados.