Prêmio Nobel de Física reconhece trio por descoberta do tunelamento quântico

O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido nesta terça-feira (7) a John Clarke, do Reino Unido, John M. Martinis, dos Estados Unidos, e Michel H. Devoret, da França, por suas contribuições à mecânica quântica.

7 out 2025 - 08h20

O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido nesta terça-feira (7) a John Clarke, do Reino Unido, John M. Martinis, dos Estados Unidos, e Michel H. Devoret, da França, por suas contribuições à mecânica quântica.

O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido a Michel H. Devoret, da França (centro), John M. Martinis (à direita), dos Estados Unidos, e John Clarke (à esquerda), da Grã-Bretanha, em 7 de outubro de 2025.
O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido a Michel H. Devoret, da França (centro), John M. Martinis (à direita), dos Estados Unidos, e John Clarke (à esquerda), da Grã-Bretanha, em 7 de outubro de 2025.
Foto: © Prix Nobel / RFI

O trio foi premiado "pela descoberta do efeito túnel macroscópico da mecânica quântica e da quantização de energia em um circuito elétrico", informou o Comitê Nobel.

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Os pesquisadores realizaram uma série de experimentos que demonstram que "as propriedades estranhas do mundo quântico" podem ser observadas em sistemas grandes o suficiente para serem segurados na mão. Uma das principais questões da física é determinar o tamanho máximo de um sistema capaz de exibir efeitos da mecânica quântica.

A mecânica quântica descreve o funcionamento da matéria em escalas extremamente pequenas - no nível das partículas. Por exemplo, quando uma bola comum atinge uma parede, ela ricocheteia. Já no mundo quântico, uma partícula pode atravessar diretamente essa barreira - um fenômeno conhecido como tunelamento quântico.

Segundo o júri, o trio que venceu o Prêmio Nobel de Física "abriu caminho para o desenvolvimento da próxima geração de tecnologias quânticas, como criptografia quântica, computadores quânticos e sensores quânticos".

No ano passado, o prêmio foi concedido ao britânico-canadense Geoffrey Hinton e ao americano John Hopfield, por suas pesquisas pioneiras em redes neurais artificiais, iniciadas na década de 1980, que impulsionaram o avanço da inteligência artificial contemporânea. Ao receberem o prêmio, ambos expressaram preocupação com os rumos da tecnologia de IA.

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O Nobel consiste em um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 11 milhões de coroas suecas (cerca de € 1 milhão, ou R$ 6,2 milhões).

'Surpreso'

Os três laureados de 2025 estão atualmente radicados nos Estados Unidos.

Michel Devoret, nascido na França, é professor na Universidade Yale e na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, onde John Martinis também leciona.

John Clarke, nascido no Reino Unido, é professor na Universidade da Califórnia, Berkeley.

"Estou completamente surpreso. É claro que nunca imaginei que isso pudesse levar a um Prêmio Nobel", disse Clarke por telefone durante a coletiva de imprensa.

Mantendo a tradição, o Nobel de Física foi o segundo anunciado nesta semana, após o Prêmio de Medicina, concedido na segunda-feira a dois cientistas americanos e um japonês, por avanços na compreensão do sistema imunológico.

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O Prêmio Nobel de Química será anunciado nesta quarta-feira.

Os prêmios científicos, literário e de economia serão entregues aos laureados pelo Rei da Suécia, em cerimônia realizada em Estocolmo, no dia 10 de dezembro - data que marca o aniversário da morte de Alfred Nobel.

O Prêmio Nobel da Paz, que será anunciado na sexta-feira, será entregue em Oslo, em uma cerimônia separada.

Com agências

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