Magia de Maradona chega a Paris em exposição itinerante

Um craque iluminado na cidade-luz. Paris recebe desde a segunda-feira (10) uma exposição dedicada exclusivamente a Diego Armando Maradona, principal jogador da Argentina na conquista da Copa do Mundo de 1986, disputada no México. A Expo Maradona reúne itens sobre o craque, que fez história no Napoli. Na Europa, o argentino também vestiu as camisas do Barcelona e do Sevilha. Revelado pelo Argentinos Juniors, jogou na Argentina no Newell's Old Boys e no Boca Juniors, seu time do coração.

11 nov 2025 - 10h45
(atualizado às 10h48)

Um craque iluminado na cidade-luz. Paris recebe desde a segunda-feira (10) uma exposição dedicada exclusivamente a Diego Armando Maradona, principal jogador da Argentina na conquista da Copa do Mundo de 1986, disputada no México. A Expo Maradona reúne itens sobre o craque, que fez história no Napoli. Na Europa, o argentino também vestiu as camisas do Barcelona e do Sevilha. Revelado pelo Argentinos Juniors, jogou na Argentina no Newell's Old Boys e no Boca Juniors, seu time do coração.

A Expo Maradona chega pela primeira vez a Paris em novembro de 2025.
A Expo Maradona chega pela primeira vez a Paris em novembro de 2025.
Foto: © Marcio Arruda / RFI

Marcio Arruda, da RFI em Paris

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Maradona é mais do que um jogador de futebol; é um ícone do esporte que ultrapassa as fronteiras da Argentina. No país sul-americano, Diego é considerado um ícone por muitos torcedores fanáticos.

"Acho que se Andy Warhol tivesse tido a oportunidade de fotografar Maradona, certamente teria feito. Maradona é uma personagem mítica, como Jim Morrison na música e Marilyn Monroe. Então é verdade que em Nápoles, para as pessoas, ele é considerado um deus", opinou o curador Clément Cividino.

A Expo Maradona reúne itens que fazem referência ao mais querido camisa 10 da história do futebol argentino. Na galeria parisiense, diversas réplicas de camisas da seleção argentina e de diferentes clubes que Maradona vestiu, todas autografadas pelo craque, podem ser apreciadas. Os destaques são o uniforme número 1 da Argentina na Copa do Mundo de 1986, a camisa do Boca Juniors, na primeira passagem dele pelo clube, em 1979, o manto argentino de 1994, quando Maradona marcou o último dos oito gols que tem em Copas, e um agasalho de treino do Napoli da década de 1980.

Além de peças, há fotos do argentino, principalmente durante a Copa disputada no México e nos anos que jogou em Nápoles, na Itália.

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"As fotos foram adquiridas de uma agência de imprensa italiana que fechou. Todas eram da agência ADP, de Milão. Eu comprei tudo o que tinham de Maradona. E o que se vê aqui são cópias de fotografias enquadradas e em papel de 350 gramas. Todas são numeradas até 10. Ou seja, cada foto tem 10 exemplares. Todas são numeradas e acompanhadas de um certificado de autenticidade", explicou.

"Como nas fotos, todas as assinaturas nas camisas são autenticadas. Existe um certificado para cada objeto."

O curador da Expo Maradona afirmou que quase todas as peças expostas podem ser compradas. Os preços variam conforme a peça e o tamanho, no caso das fotografias. O item mais caro é uma camisa da Argentina autografada pelos jogadores que foram campeões na última Copa, em 2022.

Cyril Le Cacheur, francês e fã de Maradona, esteve na galeria para ver de perto a exposição. "Eu vim aqui, em primeiro lugar, porque tudo isso é raro; não é comum de se ver. O que tem aqui é muito interessante, o que me faz ter muitas lembranças. Maradona é mítico. Se ele estivesse vivo, certamente viria. Mas eu vim aqui, sobretudo, por essas belíssimas peças", disse Cyril.

Clément Cividino abriu espaço para artistas que também se inspiram em Maradona.

"Temos a oportunidade de ter artistas contemporâneos que fazem homenagens a Diego Maradona, como mosaicos que são bem comuns em Nápoles. Eles fizeram duas obras que estão aqui; é a arte de rua que está aqui nessa exposição. Também abrimos espaço para o Julian Cavaillé, que é conhecido como Cavart, que fez a escultura de uma chuteira do Diego na época em que ainda jogava", contou.

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A exposição sobre o camisa 10 campeão da Copa de 1986 com a Argentina foi apresentada pela primeira vez no sul da França.

"Não é a primeira vez que organizamos essa exposição. Ela foi exposta pela primeira vez em Perpignan, perto da fronteira com a Espanha. E como funcionou muito bem e teve boa receptividade, a partir daquele momento decidimos torná-la itinerante. Decidimos, então, vir a Paris", contou Cividino.

A data de abertura da Expo Maradona em Paris não foi uma coincidência. Cividino fez questão que a mostra tivesse início num dia 10, número eternizado nas camisas usadas pelo craque argentino.

"Sempre será no dia 10. A exposição em Perpignan foi apresentada de 10 a 26 de abril. Aqui em Paris, começou no dia 10. E em janeiro, quando a exposição será organizada em Barcelona, a abertura também será no dia 10", explicou, revelando que a cidade receberá a exposição até o dia 26 de janeiro.

Fã de Maradona, o francês Clément Cividino tem uma forte ligação com a Argentina, que vai além de uma simples admiração pelo El Pibe de Oro ("Garoto de Ouro"), como Diego era conhecido.

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"Eu morei em Buenos Aires durante minha adolescência. Então, eu mergulhei no futebol argentino e no brasileiro também. Assisti a muitos jogos e virei torcedor do River Plate. Talvez, por isso, possa soar estranho uma exposição sobre o Maradona", contou Clément. O River Plate é o maior rival do Boca Juniors, clube do coração de Maradona.

"Tenho uma galeria de arte, que expõe essencialmente objetos decorativos da segunda metade do século 20. Sempre tive vontade de sair um pouco desse mundo. Então, comecei a fazer essa exposição do Maradona apenas por paixão", revelou.

Os caminhos futebolísticos de Diego Armando Maradona e da França nunca se cruzaram. A Argentina jamais enfrentou a seleção francesa em Copas do Mundo com o craque em campo. Diego nunca vestiu a camisa de um clube francês em partidas oficiais. Mas o argentino participou de um importante jogo na França. Na despedida de Michel Platini do futebol, realizada em 1988 no estádio Marcel-Picot, em Nancy, Pelé - como mestre de cerimônia - e Maradona participaram da festividade. A camisa daquele jogo está nessa exposição em Paris, assim como uma foto autografada pelos três grandes jogadores. A partida entre um combinado francês e outro do resto do mundo terminou empatada com dois gols para cada lado.

Diego Maradona, morto em novembro de 2020 aos 60 anos, até hoje é reverenciado como um dos melhores jogadores da história do futebol. Não é rara a comparação do histórico craque argentino com Pelé, o atleta do século 20.

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A Expo Maradona fica em cartaz em Paris até o próximo domingo (16). A entrada é gratuita.

A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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