Justiça francesa autoriza exumação de possível vítima de Dominique Pelicot, o 'ogro de Mazan'

O Tribunal de Apelação de Versalhes, na França, autorizou a exumação do corpo de Sophie Narme, corretora de imóveis de 23 anos, estuprada e assassinada em 1991 em Paris, para confirmar uma eventual responsabilidade de Dominique Pelicot, conhecido como o "ogro de Mazan". Ele foi condenado em dezembro de 2024 a 20 anos de prisão por ter organizado, durante uma década, estupros cometidos por desconhecidos contra sua ex-esposa Gisèle, na residência do casal em Mazan, no sudeste da França.

14 nov 2025 - 14h21

O caso teve repercussão internacional e Gisèle se tornou um símbolo feminista e da luta contra a submissão química. A decisão atende ao pedido de sua advogada, Béatrice Zavarro, que havia sido rejeitado em abril.

A advogada de Dominique Pélicot, Béatrice Zavarro, após o anúncio do veredicto que condenou seu cliente a 20 anos de prisão, em dezembro de 2024
A advogada de Dominique Pélicot, Béatrice Zavarro, após o anúncio do veredicto que condenou seu cliente a 20 anos de prisão, em dezembro de 2024
Foto: AFP - CLEMENT MAHOUDEAU / RFI

"É uma pequena vitória judicial, pois ele nega qualquer envolvimento", declarou Zavarro. "O objetivo é encontrar evidências que ajudem a identificar o autor dos fatos", acrescentou.

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Segundo a advogada, Dominique Pelicot, de 72 anos, "afirma que essa é uma maneira de excluir sua implicação e responsabilidade". Na época da sua condenação no caso dos "estupros de Mazan", ele foi indiciado pelo assassinato da corretora de imóveis Sophie Narme.

Em dezembro de 1991, a jovem foi estuprada e morta enquanto mostrava um apartamento no 19º distrito de Paris. Seu corpo, espancado e parcialmente despido, foi descoberto pelo diretor da agência imobiliária.

Odor de éter

O autor nunca pôde ser identificado, mas a polícia passou a suspeitar de Dominique Pelicot depois que ele reconheceu parcialmente sua implicação na tentativa de estupro, em 1999, de outra corretora de imóveis na região de Seine-et-Marne, perto de Paris.

As duas mulheres foram despidas da mesma maneira, e um forte odor de éter foi sentido na cena do crime de Sophie Narme. A substância havia sido usada para agredir a outra corretora em 1999.

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Segundo Béatrice Zavarro, a corretora de imóveis também pode ter sido vítima de François Vérove, conhecido como "o Grêlé", um assassino e estuprador em série procurado desde os anos 1980 e que já morreu.

Com agências

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