Meloni e Rama assinaram no fim de 2023 um acordo para terceirizar o processamento dos pedidos de asilo de migrantes interceptados no mar e transferi-los para os centros. Mas a aplicação da medida está bloqueada devido a vários recursos judiciais impetrados nos tribunais italianos.
Os centros para migrantes permaneceram vazios desde sua abertura há um ano, apesar dos esforços do governo italiano para convertê-los em estruturas de acolhimento de pessoas à espera de expulsão.
Meloni garantiu nesta quinta que os obstáculos jurídicos que atrasaram o funcionamento dos centros de retenção fora da Itália, que se tornaram modelo na União Europeia, serão em breve superados. O pacto histórico sobre migração, assinado pela UE, endurece os procedimentos nas fronteiras e prevê a aceleração das expulsões.
"O protocolo funcionará sem dúvida assim que entrar em vigor o novo pacto europeu sobre migração e asilo", declarou Meloni ao término de uma cúpula intergovernamental com a Albânia, em Roma.
Segundo ela, "os centros funcionarão exatamente como previsto desde o início" quando o pacto, adotado pela União Europeia no ano passado, entrar em vigor, o que está previsto para meados de 2026.
Durante a cúpula em Roma, nesta quinta-feira, a Albânia e a Itália assinaram mais doze acordos para reforçar a cooperação em áreas como energia, transportes, segurança, defesa e proteção civil. Os italianos são os principais parceiros comerciais dos albaneses.
"Cerca de 3.000 empresas italianas estão atualmente instaladas na Albânia. Nosso objetivo é reforçar essa presença, sistematizando nossas relações e criando condições favoráveis ao desenvolvimento de novas colaborações", declarou Giorgia Meloni aos jornalistas.
Ela acrescentou que a Itália apoia a adesão da Albânia à União Europeia. Segundo Meloni, a prioridade é concluir o Corredor 8, um corredor estratégico de defesa e comércio que liga o sul da Itália ao Mar Negro, na Bulgária, passando pela Albânia.
A chefe do governo não deu detalhes sobre a cooperação em matéria de defesa entre os dois países, mas a lista de acordos inclui um memorando assinado entre a empresa italiana Leonardo e a albanesa KAYO. A Itália também entregará dois barcos patrulha à guarda costeira albanesa.
Desde a adoção do pacto assinado entre a Itália e a Albânia, o Executivo europeu tem preparado o terreno para que os Estados-membros criem centros de retorno para migrantes fora da União Europeia, além de publicar uma lista de países de origem considerados "seguros", o que dificultará o acesso ao asilo para cidadãos dessas nações.
Com agências