Giorgia Meloni defende acordo que criou centros de retenção de migrantes na Albânia

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, defendeu nesta quinta-feira (13), durante um encontro com o premiê albanês Edi Rama em Roma, o acordo com a Albânia que levou à construção de centros de retenção de migrantes no país, administrados pela Itália.

13 nov 2025 - 16h54

Meloni e Rama assinaram no fim de 2023 um acordo para terceirizar o processamento dos pedidos de asilo de migrantes interceptados no mar e transferi-los para os centros. Mas a aplicação da medida está bloqueada devido a vários recursos judiciais impetrados nos tribunais italianos. 

A chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, participa de uma coletiva de imprensa conjunta após uma reunião com o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, na Villa Doria Pamphilj, em Roma, nesta sexta-feira (13)
A chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, participa de uma coletiva de imprensa conjunta após uma reunião com o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, na Villa Doria Pamphilj, em Roma, nesta sexta-feira (13)
Foto: AFP - TIZIANA FABI / RFI

Os centros para migrantes permaneceram vazios desde sua abertura há um ano, apesar dos esforços do governo italiano para convertê-los em estruturas de acolhimento de pessoas à espera de expulsão. 

Publicidade

Meloni garantiu nesta quinta que os obstáculos jurídicos que atrasaram o funcionamento dos centros de retenção fora da Itália, que se tornaram modelo na União Europeia, serão em breve superados. O pacto histórico sobre migração, assinado pela UE, endurece os procedimentos nas fronteiras e prevê a aceleração das expulsões. 

"O protocolo funcionará sem dúvida assim que entrar em vigor o novo pacto europeu sobre migração e asilo", declarou Meloni ao término de uma cúpula intergovernamental com a Albânia, em Roma. 

Segundo ela, "os centros funcionarão exatamente como previsto desde o início" quando o pacto, adotado pela União Europeia no ano passado, entrar em vigor, o que está previsto para meados de 2026. 

Durante a cúpula em Roma, nesta quinta-feira, a Albânia e a Itália assinaram mais doze acordos para reforçar a cooperação em áreas como energia, transportes, segurança, defesa e proteção civil. Os italianos são os principais parceiros comerciais dos albaneses.

"Cerca de 3.000 empresas italianas estão atualmente instaladas na Albânia. Nosso objetivo é reforçar essa presença, sistematizando nossas relações e criando condições favoráveis ao desenvolvimento de novas colaborações", declarou Giorgia Meloni aos jornalistas. 

Ela acrescentou que a Itália apoia a adesão da Albânia à União Europeia. Segundo Meloni, a prioridade é concluir o Corredor 8, um corredor estratégico de defesa e comércio que liga o sul da Itália ao Mar Negro, na Bulgária, passando pela Albânia. 

Publicidade

A chefe do governo não deu detalhes sobre a cooperação em matéria de defesa entre os dois países, mas a lista de acordos inclui um memorando assinado entre a empresa italiana Leonardo e a albanesa KAYO. A Itália também entregará dois barcos patrulha à guarda costeira albanesa. 

Desde a adoção do pacto assinado entre a Itália e a Albânia, o Executivo europeu tem preparado o terreno para que os Estados-membros criem centros de retorno para migrantes fora da União Europeia, além de publicar uma lista de países de origem considerados "seguros", o que dificultará o acesso ao asilo para cidadãos dessas nações. 

Com agências

A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se