Novos drones foram vistos sobrevoando o centro de Paris na madrugada de terça para quarta-feira, em pelo menos cinco momentos, em áreas que correspondem aos locais visitados na noite anterior por esses aparelhos teleguiados.
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Diante desses sobrevoos noturnos, as autoridades francesas parecem estar impotentes para elucidar o mistério da presença dos drones, que por ora aparentemente não apresentam perigo, dois meses após os ataques jihadistas na capital francesa.
"Não há com o que se preocupar", minimizou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll. Embora reconhecendo que as autoridades estão levando "muito a sério" esse fenômeno desconcertante para os investigadores.
Pequenos aparelhos teleguiados, em número que ainda não foi determinado, foram observados por testemunhas e policiais na Praça da Concórdia, perto de onde fica a embaixada dos Estados Unidos, e também nos Inválidos, na Torre Eiffel e sobre o rio Sena.
Eles também foram vistos ao longo do Sena e acima de determinados acessos do anel viário de Paris, de acordo com um comissário parisiense. Mais uma vez, nenhum piloto foi preso e nenhuma organização reivindicou qualquer ação.
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Mas nesta quarta-feira, três jornalistas da rede de televisão Al-Jazeera foram detidos após pilotarem um drone em um parque em Paris, segundo fontes próximas às investigação.
"Não é possível, por enquanto, relacionar essas detenções com os voos observados", indicou uma das fontes.
Com 34, 52 e 68 anos, os jornalistas do serviço internacional da Al-Jazeera, cujas nacionalidades não foram reveladas, foram detidos no Bois de Boulogne, no oeste de Paris.
O registro dos sobrevoos é facilitado pela presença maciça em Paris das forças de segurança, implantadas desde os ataques jihadistas de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, a polícia e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos.
"Muitos locais sensíveis estão protegidos e pedimos às forças de ordem que fiquem atentas ao céu", explicou a fonte policial.
A justiça abriu um inquérito na terça-feira após os voos da noite anterior. "Mas não há nenhum avanço significativo", segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
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Alguém de péssimo gosto testando um novo brinquedo? Entusiastas da fotografia que gostam de provocar as autoridades? Ativistas que desejam relatar problemas de segurança representados pelos drones? Localização de criminosos? Não está claro as motivações nem o perfil dos pilotos.
"Eu não ficaria surpreso em ver no Youtube em poucos dias alguns vídeos de um sobrevoo da capital", prevê um investigador, pouco preocupado.
A pista terrorista, "mesmo que não tenha sido descartada, é a priori excluída", mas as autoridades estão levando esses sobrevoos "a sério, porque não podemos ignorar qualquer teoria", declarou a fonte próxima ao caso.
Os sobrevoos da capital começam a embaraçar as autoridades. Nos últimos meses, vários destes aparelhos foram localizados nas proximidades de locais sensíveis, incluindo de muitas usinas de energia nuclear no país.
Alguns sobrevoos foram simultâneos, em locais a centenas de quilômetros de distância, apoiando assim a hipótese de operações conjuntas, sem que nunca os pilotos tenham sido encontrados.
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Um dos mais sensíveis voos ocorreu na madrugada de 29 de janeiro: pequenos drones foram detectados no extremo sudoeste do país, perto do porto de Brest, onde estão os quatro submarinos nucleares franceses, um dos locais mais protegidos da França.
Mas a França não está sozinha, lembrou Le Foll, citando casos precedentes na Alemanha, onde "a chancelaria foi sobrevoada", e nos Estados Unidos, onde um drone inofensivo caiu em 26 janeiro no gramado da Casa Branca.
A ameaça potencial destes dispositivos continua a ser difícil de avaliar. Os mais rudimentares devem ser controlados por rádio por operadores escondidos nas proximidades, mas outros modelos são programáveis e alguns virtualmente indetectáveis estão comercialmente disponíveis por entre 350 e 400 euros.
Alguns especialistas apontam que a leveza dos drones atuais limita a priori a sua capacidade de transporte, por exemplo, de explosivos.
No entanto, as autoridades se recusam a negligenciar o perigo, qualquer que seja. "Estamos levando essa ameaça muito a sério, não tanto pelos drones que vemos hoje, mas porque esta é uma ameaça que vai crescer", ressaltou recentemente o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica francesa, o general Denis Mercier.
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Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa
Foto: AP
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Manifestantes exibem placas com a seguinte mensagem: " Je Suis Charlie", em referência à revista de humor atacada por dois irmãos terroristas
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Manifestantes sobem no monumento da Praça da República, que expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade
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Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris
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Manifestante exibe uma bandeira da França durante concentração na Praça da República
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Manifestação é realizada em memória das vítimas dos autores dos atentados contra a revista de humor Charlie Hebdo e a um mercado judaico de Paris
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O ex-presidente Nicolas Sarkozy recebe os cumprimentos do atual líder francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu
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O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, é recebido pelo presidente francês antes do início das manifestações
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O rei da Jordânia, Abdullah, e a esposa, a rainha Rania, também foram a Paris para participar das homenagens
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, cumprimenta o presidente da França, François Hollande
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para os jornalistas ao ser recebido por Hollande no Palácio do Eliseu
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, é recepcionado pelo colega François Hollande na sua chegada ao Palácio do Eliseu
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Autoridades da Alemanha, Espanha, Jordânia, Israel, Reino Unido e de vários outros países se juntam ao presidente François Hollande durante a marcha pela liberdade
Foto: Reuters
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O presidente francês, François Hollande, conforta o colunista do Charlie Hebdo Patrick Pelloux durante a marcha pela liberdade
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De braços dados, líderes mundiais marcham pela liberdade de expressão e em homenagem aos mortos nos atentados de Paris
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Manifestantes percorrem as ruas de Paris durante marcha pela liberdade
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Jovem francesa desenha dois lápis sendo atingidos por avião, de modo similar ao ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001
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Familiares de vítima carregam cartaz "Eu sou Michael Saada" durante a marcha em Paris
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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande
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Chinesa carrega cartaz em homenagem ao jornal alvo dos ataques na última quarta-feira, em francês e chinês
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Cartaz que foi o mote da manifestação, "Eu sou Charlie" é visto no meio da manifestação
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Lápis virou símbolo dos manifestantes contra o ódio provocado pelos extremistas nos atentados em Paris
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Colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux muito emocionado durante a marcha pela liberdade
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Homem toca estátua pichada ao lado do símbolo da marcha, "Je Suis Charlie"
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Franceses acedem velas com cair da noite na marcha pela liberdade em Paris
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Uma mulher acende uma luz e reverência os quatro cartunistas mortos no ataque à revista Charlie Hebdo
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Vista geral da marcha pela liberdade neste domingo
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Homem usa lápis durante ato em Paris em homenagem aos cartunistas mortos
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Franceses carregam bandeira do país e faixas em homenagem às vítimas do ataque
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Pessoas escalam monumento em Paris durante ato neste domingo
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Velas são acesas na praça da Liberdade em Paris
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Pessoas escalam o monumento da Queda da Bastilha durante os últimos momentos da marcha pela liberdade
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu chega a Grande Sinagoga de Paris para discurso em homenagem às vítimas do ataque ao mercado kosher
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente francês, François Hollande, lado a lado na Grande Sinagoga de Paris
Foto: AP
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