Obama critica Wikileaks em conversa com líderes mundiais

11 dez 2010 - 16h49
(atualizado às 17h50)

O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou neste sábado em conversas telefônicas com o governante mexicano, Felipe Calderón, e o primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, os "atos irresponsáveis" da organização Wikileaks, que vazou cerca de 250 mil documentos diplomáticos americanos.

Lula defende dono do WikiLeaks durante discurso do PAC
Video Player

Segundo um comunicado divulgado neste sábado pela Casa Branca, Obama ligou para Calderón para parabenizar pelo sucesso do México na organização da Conferência de Cancún contra a mudança climática. Na conversa, os dois presidentes abordaram o vazamento de documentos diplomáticos americanos efetuado pelo site Wikileaks, que o comunicado qualificou de "ato deplorável".

Publicidade

Os dois governantes "concordaram que estes atos irresponsáveis não devem distrair nossos países de nossa importante cooperação", indicou a Casa Branca. Em alguns dos documentos publicados até agora pelo Wikileaks, se destaca o de um ex-alto funcionário mexicano que deu a entender durante uma reunião com representantes da Procuradoria Geral dos EUA, em outubro de 2009, que o governo tinha perdido o controle sobre certas partes do país pelo narcotráfico.

Além disso, revelam a desconfiança dos EUA sobre a capacidade do México em lutar eficazmente contra o narcotráfico devido à rivalidade entre os corpos de segurança, a corrupção "generalizada" e a incapacidade do Exército para reunir provas que incriminem os detidos.

Em um dos documentos, datado de dezembro de 2009, a chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, pergunta como está afetando o presidente Felipe Calderón em sua personalidade e sua forma de governar as notícias adversas da guerra contra o narcotráfico e a crise econômica.

O México sofre há quatro anos uma onda de violência atribuída a uma guerra entre os cartéis da droga pelo controle do mercado local e as rotas para os Estados Unidos, que deixou 30 mil mortos. O governo do México enviou cerca de 45 mil soldados e 20 mil agentes federais aos pontos conflituosos do país, principalmente na região norte, fronteiriça com os Estados Unidos.

Publicidade

Na conversa com Erdogan, explica a Casa Branca, os presidentes turco e americano abordaram "a duradoura importância da aliança entre EUA e Turquia e expressaram seu compromisso para colaborar em uma ampla gama de assuntos". Obama "expressou seu pesar pelo ato deplorável do Wikileaks e os líderes acordaram que não influenciará ou prejudicará a estreita colaboração" entre os dois países.

Erdogan encarregou especialistas legais de estudar possíveis ações legais contra o Wikileaks e os diplomatas americanos autores dos documentos que afetam a Turquia.

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações