Gays ignoram preconceito para eleger Romney e salvar economia
29 ago2012 - 15h46
Ligia Hougland
Direto de Tampa
"A Igreja Mórmon tem espaço para evoluir no que diz respeito à sua visão dos homossexuais, mas Mitt Romney tem direito à liberdade religiosa", disse ao Terra R. Clarke Cooper, diretor-executivo do Log Cabin, único movimento republicano que luta pelos direitos de homossexuais.
A Igreja Mórmon, que não aceita casamento entre pessoas do mesmo sexo, acredita que o homossexualismo é um problema a ser solucionado. Nela, os membros que assumem ser gays ou lésbicas são encaminhados a tratamento terapêutico.
Nas décadas de 1960 e 70, os alunos de comportamento sexual suspeito da Universidade Brigham Young, uma instituição mórmon, eram vigiados por espiões recrutados pela administração. Uma vez identificado como gay, o aluno da universidade era era imediatamente direcionado para se casar com uma mulher.
O passado do candidato republicano incluiria um episódio de preconceito. Colegas de ensino médio de Romney contam que, em 1965, quando ele era aluno da Cranbrook School, uma prestigiada escola particular só para meninos, ele cortou à força o cabelo de um colega por parecer ser muito efeminado.
Para Cooper e os membros do Log Cabin, no momento é mais importante eleger Romney para levar a economia adiante, mesmo sabendo do histórico republicano avesso aos direitos dos homossexuais. "Independentemente das posições políticas, as pessoas estão preocupadas com como pagar o aluguel ou a prestação da casa e por comida na mesa", resume.
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Historicamente, o Partido Republicano não tem muito sucesso entre os jovens, mas eventualmente aparecem exceções. Uma delas é Evan Draim, que, com 17 anos, é o delegado mais jovem da Convenção Republicana de 2012. Crítico de Obama, Draim apoia Romney em nome de um futuro com emprego e sem dívidas. "Quando Obama assumiu a presidência, não possuía um histórico próprio para lidar com a crise econômica. (...) Mitt Romney, sim, tem este passado, e nele os jovens podem confiar"
Foto: Terra
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Amy Kremer, uma das fundadoras do movimento conservador Teay Party, com sua filha Kylie em frente à Convenção Republicana. Apesar dos números femininos favoráveis a Obama e de uma suposta guerra dos republicanos contra as feministas, diz ela, o GOP nada tem contra a participação das mulheres na política. Prova seria a presença feminina em Tampa. "Não discuto questões sociais, a minha prioridade é a economia e a criação de empregos", diz Amy
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Michael M. O'Brien é um dos conservadores mais passionais de Washington. "O fato de Romney ser mórmon me incomoda e não acho que ele seja suficientemente conservador. Além disso, ele não é firme nas suas opiniões", diz o católico empresário e escritor, que chegou de Porsche a Tampa. "Obama é um mentiroso e estou aqui em Tampa só para apoiar seu opositor, não importa quem seja. Até mesmo se os EUA ficassem sem presidente seria melhor do que ter mais quatro anos de Obama"
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Ana Puig foi para os Estados Unidos com pouco, estudou, trabalhou e cresceu na vida. Em 2008, quando viu que Obama seria candidato, começou a atuar na política e se alistou às fileiras do Tea Party. "Sempre fui conservadora e acho que o governo não deve ser envolver na nossa vida. Cada um deve tomar conta de si e não depender de dinheiro dado pelo governo", conta ela, hoje profissional de marketing
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A Igreja Mórmon, da qual Mitt Romney é membro, não aceita o casamento homossexual. Isso, no entanto, não impede que membros do Log Cabin, único movimento gay do Partido Republicano em Tampa, descartem o voto em Romney. "Independentemente das posições políticas, as pessoas estão preocupadas com como pagar o aluguel ou a prestação da casa e por comida na mesa", resume R. Clarke Cooper, diretor-executivo do movimento
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O estudante universitário, Bryn Dennehy, ainda não se conformou que seu candidato, Ron Paul, não foi nomeado nem poderá ter o nome incluído na cédula da eleição presidencial americana e veio de Oregon à Tampa para protestar. "Em 6 de novembro vou escrever o nome de Ron Paul na cédula", afirma. O estudante diz que o grande apelo de Paul entre os jovens é que o político libertário é contra a intervenção militar americana em outros países e a favor da legalização das drogas
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"Sou o mais liberal dos democratas, mas votarei no Mitt Romney", diz Bob Kunst, judeu ativista pró-Israel. Pela primeira vez, o manifestante está fazendo campanha para colocar um republicano na Casa Branca. "Meu voto é para defender os Estados Unidos, Israel e, acima de tudo, minha religião"
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Com grande esperança de vendas, o comerciante Richard Moore abriu uma loja temporária em Tampa durante a Convenção Nacional Republicana. Ele oferece produtos para agradar tanto republicanos quanto democratas. "Estamos atendendo cerca de 500 visitantes por dia, mas quase ninguém está comprando produtos pró-Obama", diz. Na semana que vem, Richard estará em Charlotte, na Carolina do Norte, para a Convenção Democrata; lá, ele espera dar vazão ao estoque democrata
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Sem crachás e solitário, Rich Beeson se parece com um qualquer em Tampa, mas é tão próximo de Romney que, se espirrar, o candidato fica gripado. "Esta campanha será sobre a economia, e ponto", diz Beeson, diretor nacional de política da campanha republicana de 2012 e que já atuara como diretor de política do comitê nacional republicano em 2008. "Esta batalha está tão parelha que não se consegue deslizar um alfinete entre Mitt e Obama. Estamos muito confiantes e preparados para briga"
Foto: Terra
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A fazendeira Elaine Adams foi de Kansas a Tampa mostrar seu apoio à candidatura de Mitt Romney. "Romney tem a experiência necessária para tirar o país dessa bagunça. Os fazendeiros estão todos com Romney, pois fazendas são negócios e Romney é pró-negócios". Segundo Elaine, Kansas, que tradicionalmente sempre foi um Estado conservador, está ainda mais republicano nesta eleição presidencial
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O brasileiro Charlie Gerow, analista e estrategista político, é delegado republicano pelo Estado da pela Pensilvânia. Nasceu em Londrina e passou parte da infância em Niterói. Adotado por missionários americanos que passaram alguns anos no Brasil, ele luta pela eleição de Mitt Romney, de olho também nos interesses do Brasil. "Se Romney for eleito, vou batalhar por um relacionamento fantástico entre os Estados Unidos e o Brasil."