Documentos divulgados nesta quarta-feira, 12, pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos revelam que Jeffrey Epstein, o financista condenado por tráfico sexual de menores, fez diversas referências ao mau estado mental de Donald Trump em mensagens trocadas antes de sua morte, em 2019.
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As comunicações fazem parte de um conjunto de 20 mil páginas de documentos entregues pelo espólio de Epstein aos congressistas e tornados públicos por parlamentares republicanos. A divulgação aconteceu após os democratas do comitê publicarem três trocas específicas de e-mails no mesmo dia, nas quais Epstein mencionava o presidente. Para os republicanos, os democratas "escolhem a dedo" as trocas para "gerar cliques".
Os e-mails mostram que Epstein, que já foi amigo de Trump, passou a falar de forma negativa sobre o presidente, questionando seu desempenho cognitivo e o chamando de "quase insano".
Em 2015, Epstein afirmou a um repórter do The New York Times que tinha "fotos de Donald e garotas de biquíni na minha cozinha". Ele também disse ter "dado" a Trump uma ex-namorada de 20 anos em 1993 (Trump tinha 47 anos).
Pouco depois da posse de Trump, em janeiro de 2017, Epstein comentou o "banimento de muçulmanos" implementado pelo presidente: "Isso ajuda, já que ele é visto como alguém que cumpre sua palavra; é importante com Putin e com a Coreia do Norte. [...] Dito isso, Donald é completamente louco, eu te disse isso".
No ano seguinte, Epstein levantou dúvidas sobre o estado mental do presidente. Um repórter do New York Times afirmou que Trump estava "parecendo/soando cada vez mais desequilibrado", e Epstein respondeu: "sem dúvidas, a declaração de Donald é tola... demência precoce?"
Em 24 de março de 2018, ao discutir um artigo do Daily Beast que questionava se Trump caminhava para "um colapso psiquiátrico", a ex-conselheira de Obama Kathryn Ruemmler classificou o texto como "nada inspirador de confiança". Epstein retrucou: "mas -- preciso". Em dezembro, chamou Trump de "quase insano" em mensagens ao ex-secretário do Tesouro Larry Summers e ao advogado Reid Weingarten, afirmando que a observação era "corroborada por alguns que estão próximos".
Alegações de envolvimento em tráfico sexual
Nos e-mails divulgados inicialmente pelos democratas, Epstein também alegou que Trump "sabia sobre as meninas". Em mensagem ao escritor Michael Wolff, de 31 de janeiro de 2019, ele rebateu a versão de que teria sido expulso do clube Mar-a-Lago: "Trump disse que me pediu para renunciar, nunca fui membro, jamais. Claro que ele sabia sobre as meninas, já que pediu a Ghislaine para parar".
A Casa Branca respondeu que Trump foi "gentil em suas interações limitadas" com a falecida Virginia Giuffre, uma das vítimas.