Enviado de Trump irá a Moscou para se reunir com Putin

Casa Branca pressiona por avanços nas negociações de paz

26 nov 2025 - 14h29
(atualizado às 14h37)

O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, viajará a Moscou, na Rússia, na semana que vem para tentar avançar nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, que completará quatro anos em fevereiro de 2026.

Steve Witkoff durante encontro com Vladimir Putin em agosto de 2025
Steve Witkoff durante encontro com Vladimir Putin em agosto de 2025
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A visita será realizada no âmbito dos esforços da gestão do presidente Donald Trump para fechar um acordo entre os dois países beligerantes ainda neste ano e foi confirmada pelo próprio magnata e também por Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do mandatário russo, Vladimir Putin.

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Witkoff se encontrará com o chefe do Kremlin e, segundo Trump, pode ter a companhia de seu genro, Jared Kushner, "um cara inteligente e que está envolvido no processo".

O enviado americano tem sido alvo de críticas nos EUA após a divulgação, pela agência Bloomberg, de um telefonema de 16 de outubro no qual ele diz para Ushakov que a Ucrânia precisaria ceder territórios para obter a paz.

"Witkoff está agindo como se estivesse a soldo da Rússia", disse o congressista republicano Don Bacon. "Todo esse incidente foi um fiasco e uma mancha para o nosso país. Ele precisa ser demitido", acrescentou.

Já Ushakov afirmou que o "vazamento de notícias" é uma tentativa de atrapalhar a reaproximação entre Moscou e Washington.

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Na última terça (25), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu estar pronto para "avançar" nas negociações de paz, enquanto Trump falou em "progressos", porém engavetou o prazo que havia sido fixado por ele mesmo para Kiev aceitar um acordo até 27 de novembro.

O Kremlin, no entanto, mostrou cautela nesta quarta-feira (26). "Alguns aspectos [do plano de Trump] podem ser considerados de forma positiva, mas muitos outros exigem uma discussão séria", declarou Ushakov à imprensa russa.

A proposta apresentada inicialmente pela Casa Branca continha 28 pontos, incluindo a cessão de toda a Bacia do Don (Donbass) para a Rússia e a redução das Forças Armadas ucranianas para 600 mil efetivos, bem como uma anistia para os dois países, porém delegações de Washington e Kiev deixaram a proposta mais enxuta, com apenas 19 itens.

O objetivo é fazer com que os temas mais sensíveis sejam discutidos diretamente entre Trump e Zelensky, que podem se encontrar nos próximos dias.

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