Em ataques isolados de israelenses, bebê é ferido e homem é atropelado na Cisjordânia

As forças de segurança israelenses anunciaram nesta quinta-feira (25) a prisão de cinco israelenses por seu suposto envolvimento no ataque a uma casa palestina na Cisjordânia ocupada, que deixou um bebê ferido. A criança de oito meses foi atingida "no rosto e na cabeça", informou a agência de notícias palestina oficial Wafa, que atribuiu o ataque a "um grupo de colonos armados" que "atiravam pedras em casas e propriedades" em Sa'ir, ao norte de Hebron.

25 dez 2025 - 17h15

O ataque ocorreu na noite de quarta-feira (24). Em um comunicado, a polícia israelense anunciou a prisão dos suspeitos durante uma operação conjunta com o exército.

Assentamento em Givat Zeev, nas proximidades de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. (24/10/2025)
Assentamento em Givat Zeev, nas proximidades de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. (24/10/2025)
Foto: AFP - AHMAD GHARABLI / RFI

As forças de segurança receberam uma denúncia de "pedras sendo atiradas por civis israelenses contra uma casa palestina".

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A investigação preliminar determinou "o envolvimento de vários suspeitos, que vieram de um posto avançado próximo", acrescentou a polícia, referindo-se a assentamentos, que são ilegais segundo a lei israelense.

Palestino atropelado

O exército israelense, por sua vez, relatou dois incidentes envolvendo um soldado reservista, citando "imagens de um indivíduo armado atropelando um palestino". Um vídeo que circula nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não conseguiu confirmar, mostra um homem em um quadriciclo, com uma arma automática a tiracolo, atingindo um palestino que rezava à beira da estrada. Ele se levanta em seguida.

Segundo o exército, o agressor é um "soldado reservista", também envolvido em outro incidente na região de Deir Jarir, perto de Ramallah, que "usou sua arma enquanto estava à paisana". O comunicado denuncia uma "violação flagrante" e indica que sua arma foi confiscada e sua condição de reservista foi encerrada.

Majdi Abu Mokho, de 59 anos, estava com seu filho Mohamed, de 23, quando o jovem foi atropelado. "O agressor é um colono conhecido. Ele estabeleceu um posto avançado perto da aldeia e, junto com outros colonos, vêm para pastorear seu gado, bloquear a estrada e provocar os moradores", testemunhou o pai.

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O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registrou um pico de "ataques de colonos resultando em vítimas, danos materiais ou ambos" em outubro, durante quase duas décadas de coleta de dados na Cisjordânia. Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. A violência neste território palestino explodiu com a Guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque do grupo palestino Hamas contra Israel.

Desde então, mais de mil palestinos, incluindo civis e combatentes, foram mortos na Cisjordânia por soldados ou colonos israelenses, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados da Autoridade Palestina. Ao mesmo tempo, de acordo com dados oficiais de Israel, pelo menos 44 israelenses, incluindo civis e soldados, foram mortos em ataques palestinos ou durante incursões militares israelenses.

Três morrem em ataques no Líbano

Já no Líbano, ataques aéreos israelenses mataram três pessoas, segundo o Ministério da Saúde libanês. Israel, por sua vez, informou ter matado um combatente de uma unidade de elite iraniana e um membro do Hezbollah.

Apesar do cessar-fogo que pôs fim a mais de um ano de hostilidades, em novembro, as forças armadas israelenses continuam realizando ataques aéreos regulares em território libanês, alegando ter como alvo o movimento islâmico pró-Irã Hezbollah.

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Disparos foram feitos contra um veículo na cidade de Hawsh al-Sayyed Ali, no distrito de Hermel, perto da fronteira com a Síria, e duas pessoas morreram, informou o Ministério da Saúde.

Em um comunicado posterior, o órgão anunciou que outra pessoa havia sido morta em um ataque aéreo israelense em Majdal Selm, no sul do Líbano.

Guarda Revolucionária Iraniana no Líbano

Em Jerusalém, o exército israelense anunciou que havia matado um "terrorista" da Força Quds no Líbano. A Força Quds é o braço de operações estrangeiras da Guarda Revolucionária Iraniana. O homem, identificado como Hussein Mahmoud Marchad al-Jawhari, planejava ataques "a partir da Síria e do Líbano", segundo Israel.

Sob intensa pressão americana e temendo uma escalada dos ataques israelenses, o Líbano se comprometeu, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo, a desarmar o Hezbollah e desmantelar suas estruturas militares entre a fronteira israelense e o rio Litani, cerca de 30 km mais ao norte, até o final do ano.

Israel questionou a eficácia do exército libanês nesse processo e acusou o Hezbollah de se rearmar, enquanto o movimento xiita rejeitou os apelos para depor as armas. Mais de 340 pessoas foram mortas por disparos israelenses no Líbano desde o cessar-fogo, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados do Ministério da Saúde libanês.

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Com AFP

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