O cardeal Sérgio da Rocha relembra sua relação próxima com o papa Francisco, marcada por gestos simples e agradecimentos, enaltecendo o amor do pontífice pelo Brasil e destacando sua dedicação até os últimos momentos de vida.
Em seus últimos dias de vida, já debilitado, papa Francisco recebeu um bilhete escrito à mão pelo cardeal Sérgio da Rocha. O bispo Primaz do Brasil escolheu o gesto em retribuição aos bilhetes escritos da mesma forma por Francisco. No texto, ele agradecia ao amor devotado pelo pontífice ao nosso País.
“Quando eu estive enfermo, ele [Francisco] me telefonou, ele mesmo me telefonou, não foi através de secretário, não. Então, agradeci muito a ele pelo amor que ele tinha pelo Brasil, amor que eu mesmo recebi dele”, relembrou o bispo, em coletiva à imprensa nesta segunda-feira, 21, na Catedral-Basílica Primacial de São Salvador, em Salvador (BA).
O bispo, que foi escolhido por Francisco para se tornar cardeal, é, hoje, o único latino-americano integrante do Conselho dos Cardeais, o chamado “C9”. Ele lembrou que, quando foi nomeado para o conselho, soube primeiro pela imprensa. Só depois, chegou um bilhete de Francisco, escrito à mão, com o convite para o cargo.
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“O bilhetinho chegou depois que tinha sido publicado. Aí, eu agradeci ao Papa a confiança dele”, disse. “Este é o jeito simples do papa”, complementou.
O cardeal Sérgio da Rocha estreitou os vínculos com Francisco a partir da sua entrada no C9. Teve o privilégio, como ele mesmo disse, de passar três dias na presença do pontífice. E, ao assistir seus últimos momentos como papa, mesmo que sem contato direto, destacou a dedicação de Francisco com a função mesmo já debilitado.
“Ele nos ensinava de uma cátedra diferente. Eu disse isso, me atrevia a dizer: o papa estava continuando a ensinar, e muito, a fazer um bem imenso à Igreja Humanidade, não da cátedra oficial, mas da sua cadeira de rodas, ou então do leito onde ele estava. Ele continuou a ser papa até o fim, e por isso que com certeza ele morreu feliz por ter levado até o fim sua missão.”
Sérgio da Rocha aparece como um dos dois cardeais brasileiros que aparecem como cotados para suceder Francisco.
Ainda assim, o bispo prefere não fazer nenhuma projeção com relação ao conclave e ao próximo papa. Ele acredita que está nas mãos de Deus e a escolha pode ser surpreendente, como tem sido nos últimos anos.
Neste momento, o bispo Sérgio da Rocha pede que os fiéis se concentrem em orações pelo papa, assim como fará a igreja nas próximas celebrações. Depois, quando a data do conclave estiver definida, então a instituição deve orientar que rezem pela escolha do novo papa.
