Candidato presidencial esquerdista na Bolívia é alvo de pedras após votar em Cochabamba

Andrónico Rodriguez, de 36 anos, está em quarto nas pesquisas de opinião e não deve ir ao segundo turno

17 ago 2025 - 16h39
(atualizado às 17h21)
Candidato de esquerda é apedrejado durante votação para presidência da Bolívia
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Um grupo de pessoas jogou pedras no candidato presidencial boliviano Andrónico Rodriguez, de 36 anos, na saída de um centro de votação, em meio a empurrões e gritos.

O candidato do partido de esquerda Aliança Popular votou em uma escola na cidade de Entre Ríos, na região de Cochabamba. Essa foi a mesma escola em que um cartucho de dinamite havia sido detonado nas proximidades, sem causar danos ou feridos.

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia, Oscar Hassenteufel, afirmou que o ataque contra Rodríguez não afetou o processo eleitoral.

‘Herdeiro de Evo’

Andrónico Rodríguez, conhecido como “herdeiro de Evo Morales”, é o atual presidente do Senado. Depois de cumprir o serviço pré-militar, aos 16 anos, ele se mudou para a capital do departamento para estudar Ciências Políticas na Universidade Mayor de San Simón de Cochabamba.

O candidato faz parte da nova geração de líderes camponeses e emergiu como uma figura nacional diante do vazio de poder que havia no bloco popular após a queda de Morales em 2019.

Ele chegou a integrar o Movimento ao Socialismo (MAS)- legenda na qual Morales governou a Bolívia durante três mandatos -, mas rompeu com o ex-presidente e o partido.

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De acordo com as pesquisas de opinião, Rodríguez aparece na quarta colocação e não deve ir ao segundo turno.

Crise

Os bolivianos chegam ao dia da votação com uma crise econômica e escassez de combustível, que começou em 2014 com a queda na produção de gás e petróleo no país.

O preço dos combustíveis no país segue baixo devido a uma política de subsídios que custam US$ 3 bilhões por ano, enquanto receitas com a venda de gás natural - a maior fonte econômica da Bolívia - despencou por causa da queda do preço no mercado internacional.

Esses fatores têm levado a Bolívia a uma diminuição de suas reservas internacionais e ao aumento do déficit fiscal. A inflação do país também aumentou. Segundo a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), o índice este ano é de 15,1% - o pior desde 2008.

O cenário oferece à oposição a melhor chance de vitória eleitoral na Bolívia desde que Evo Morales venceu pela primeira vez, em 2005 - de lá para cá, Morales dominou toda política boliviana, mas foi impedido de disputar estas eleições pela Justiça eleitoral.

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Se as pesquisas se confirmarem, o segundo turno pode ser disputado por dois candidatos de direita: Samuel Doria Medina, da chapa de direita Aliança pela Unidade, e Jorge “Tuto” Quiroga, do Liberdade e Democracia. (*Com informações da AP)

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