Brasileira sofre ameaça de perder a guarda do filho caso seguisse em Portugal, diz jornal

Mãe não conseguiu retirar criança de hospital enquanto não apresentasse passagem de volta

17 jul 2025 - 14h43
(atualizado às 15h34)
Resumo
Mãe brasileira teve o filho retido em hospitais de Portugal por 20 dias, sob ameaça de perda da guarda, sendo liberada apenas após apresentar passagem de volta ao Brasil.
Casal desistiu de adoção de três irmãos e foi multado por danos morais
Casal desistiu de adoção de três irmãos e foi multado por danos morais
Foto: Imagem ilustrativa/SSP/SE

Uma brasileira teve seu filho de um ano e meio retido por 20 dias em dois hospitais públicos de Portugal. Larissa Aparecida Martins só teria conseguido sair quando apresentou a passagem de volta ao Brasil, marcada para o último dia 11. A informação é da coluna Portugal Giro, do O Globo

A cozinheira desembarcou no país europeu no dia 23 de abril, após uma conexão em Madri, na Espanha, como turista. Ela estava dentro do prazo de três meses permitido para quem vai à passeio. 

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Ela é casada com Jeferson Silva, que emigrou após Portugal extinguir a manifestação de interesse, uma medida que facilitava o pedido de autorização de residência. Nesse período, ela e o marido tiveram uma briga e a Guarda Nacional Republicana (GNR) foi chamada. Os agentes a levaram ao Hospital de Abrantes, pois tinha um machucado na cabeça. 

“Fui ao médico e levei o meu filho, que poderia querer mamar. Examinaram e a GNR liberou minha saída. Mas o hospital bloqueou”, explicou ao colunista Gian Amato. 

Ela alega ter sido “enganada” ao assinar documento das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). O órgão teria ameaçado entregar a criança para adoção, caso não apresentasse sua passagem de volta. 

“Fiquei com muito medo de perder meu filho. Totalmente sequestrada”, desabafou. 

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Segundo a alegação dada à cozinheira, é que ela não poderia sair pois seu filho presenciou  cena de violência doméstica, mas também não teria condições de mantê-los. Ela nega que a briga tenha ocorrido na frente da criança, e que o bebê estava em seu quarto, enquanto o casal estava na cozinha. 

Depois de dois dias, eles foram encaminhados para o Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas, onde ficaram até sexta-feira, 11. “Em Torres Novas, a assistente disse que o bebê não iria mais sair dali até acharem uma família”, explicou. Larissa podia dormir no local, mas teria que pagar sua alimentação. 

Em dado momento, um agente das CPCJ orientou que a mãe assinasse o documento. Segundo ela, o representante mentiu, dizendo que assinar o papel era um meio de tirá-los dali. 

“Era intervenção. Eu tinha muita coisa na cabeça, não li direito e assinei. Nem lembrava o que era. E começou a pressão, ameaças de tirarem meu filho”, afirmou. Ela recebeu o prazo de 15 dias para comprar uma passagem e voltar ao Brasil. O casal só conseguiu os € 802 (cerca de R$ 5,1 mil) no último instante antes do ultimato expirar.

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Segundo a mãe, enquanto estavam no hospital, o filho só recebia água, batata cozida, peixe com espinhas, pão e danone. Já ela, quase não comia nada, pois precisava economizar para conseguir a passagem, e perdeu dez quilos. 

O filho chegou a usar uma tornozeleira eletrônica. “Deixavam a gente andar no corredor. Depois, mandaram ficar no quarto, sem ar e sem poder trancar a porta. Morri de medo quando colocaram a tornozeleira na perna dele, um ato desnecessário. Se a gente passasse da linha amarela numa porta, apitava. E eles o tempo todo desacreditando que conseguiríamos a passagem e que outra família já estava à espera do bebê”, revelou. 

À coluna, o representante da CPCJ de Torres Novas alegou houve um “processo de promoção e proteção a favor do filho do casal referido, tendo os pais prestado o consentimento para a intervenção desta CPCJ nos termos da Lei. Na sequência da avaliação e em articulação com a família foi consensualizada uma alternativa”.

Fonte: Redação Terra
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