Parlamento autoriza Chávez a viajar a Cuba para ser operado

9 dez 2012 - 17h28
(atualizado às 18h45)

A Assembleia Nacional da Venezuela, por unanimidade, autorizou neste domingo o presidente Hugo Chávez a se ausentar do país para viajar a Cuba, onde será submetido a quarta cirurgia relacionada ao câncer diagnosticado em junho de 2011. O plenário do legislativo foi convocado de maneira extraordinária depois que o governante, de 58 anos, anunciasse publicamente ontem à noite que os médicos voltaram a detectar células cancerígenas em seu corpo.

O presidente venezuelano foi diagnosticado e operado de um câncer em junho do ano passado em Cuba
O presidente venezuelano foi diagnosticado e operado de um câncer em junho do ano passado em Cuba
Foto: EFE

Requer-se urgentemente uma quarta intervenção cirúrgica, afirmou Chávez sem dar mais explicações sobre seu câncer, do qual se sabe que está situado na zona pélvica, mas sem uma localização exata. Após falar pela primeira vez sobre o risco de morte ou de outra inabilitação, Chávez nomeou o vice-presidente e chanceler, Nicolás Maduro, como seu sucessor.

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A autorização parlamentar para que Chávez se ausente do país, válida por mais de cinco dias, foi aprovada pela unanimidade dos deputados governistas e opositores, uma decisão que, apesar do resultado, não deixou de lado as permanentes tensões entre ambos os lados. Vários deputados governistas questionaram as palavras de solidariedade de seus colegas antichavistas.

"Não sei por que não lhe acho", chegou a dizer o presidente da AD, o governista Diosdado Cabello, ao deputado e líder do partido opositor Primeiro Justiça, Julio Borges, que se solidarizou com o governante e sua família assegurando que nunca o tema da doença presidencial foi usado como arma política.

"No entanto, este tema da doença do presidente não foi trabalhado com a transparência e a verdade que nosso povo merece. Essas são coisas sobre as que um país democrático tem que discutir para encontrarmos saídas à crise que está se formando", acrescentou Borges. "O presidente tem todo o direito de se curar, mas a Venezuela tem todo direito de saber a verdade", ressaltou o opositor.

O titular da AN esclareceu que a permissão é para que o chefe do Estado se ausente do país e não para abandonar suas funções, "já que Chávez é o presidente da Venezuela seja aqui ou em Cuba, na China ou onde for", ressaltou.

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