Governo envia tropas federais para evitar saques em Bariloche

20 dez 2012 - 21h10

O governo argentino enviou tropas federais a Bariloche para enfrentar a onda de saques contra diversos supermercados, incluindo o Walmart, nesta quinta-feira, informou o chefe do Gabinete, Juan Manuel Abal Medina.

"As forças federais - solicitadas pelo governo provincial - estão seguindo para Bariloche onde irão contribuir com a manutenção da ordem na cidade", disse Abal Medina em entrevista coletiva.

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Dezenas de saqueadores invadiram na manhã desta quinta-feira um supermercado Changomás, da Walmart, situado na periferia de Bariloche (1.650 km a sudoeste de Buenos Aires), levando televisores, bicicletas e eletrodomésticos, segundo testemunhas.

"A situação não está sob controle, é muito preocupante. Cada vez tem mais gente e depois do saque no Changomás, agora estão atacando a rede Todo", disse o secretário da prefeitura de Bariloche, Oscar Borchichi.

Segundo o funcionário, os policiais enviados foram recebidos com violência pelos saqueadores, que em um dos supermercados arrancaram "até a caixa forte".

O chefe do Gabinete culpou "pequenos grupos marginais e violentos" que agem em Rio Negro, a província de Bariloche, e ao apagão registrado na província vizinha de Neuquén.

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"São fatos isolados", afirmou Medina, atribuindo os saques ao aniversário da revolta popular de 20 de dezembro de 2001, que derrubou o presidente Fernando De la Rúa.

"Estamos mais atentos do que nunca para prevenir qualquer situação desta natureza". O governo "condena de forma enérgica e profunda qualquer tipo de manifestação que venha a corromper a paz social dos argentinos".

Bariloche, com cerca de 50 mil habitantes, é um destino turístico que recebe anualmente milhares de pessoas para atividades de inverno, mas também muitos visitantes durante o verão austral.

Em Buenos Aires, ao menos 200 militantes de esquerda bloquearam nesta quinta-feira uma estratégica avenida do centro da capital para lembrar o 11º aniversário da queda do governo de Fernando de la Rúa, após uma revolta popular que deixou 30 mortos, constatou a AFP.

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Os manifestantes do grupo Quebracho (esquerda radical), a maioria com os rostos cobertos e armados de paus, interromperam o trânsito na Avenida 9 de Julho, onde incendiaram dezenas de pneus.

A polícia se manteve à margem da manifestação e apenas tentou controlar o trânsito caótico no centro de Buenos Aires.

No dia 20 de dezembro de 2001, o então presidente De la Rúa (1999/2001) renunciou em meio a manifestações que deixaram 30 mortos, em todo o país, durante a pior crise econômica da história argentina

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