Segundo a Casa Branca, o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, autorizou o almirante Frank Bradley, chefe das operações especiais do Exército, a disparar contra os náufragos. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que Bradley "agiu no âmbito de suas funções e em conformidade com a lei que rege o engajamento militar, para garantir a destruição do barco e a eliminação da ameaça que pesava sobre os Estados Unidos".
Desde agosto, Washington reforçou sua presença militar no mar do Caribe e no oceano Pacífico em nome da luta contra o narcotráfico, acusando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de dirigir um cartel de drogas. Onze pessoas morreram em 2 de setembro, no primeiro de uma série de vinte ataques americanos em águas internacionais.
Segundo o Washington Post, após o primeiro bombardeio, dois sobreviventes se agarravam à embarcação em chamas, mas foram mortos logo depois, por ordem de Hegseth. Inicialmente, o Pentágono havia negado a informação. "Eu apoio Bradley e as decisões que ele tomou em combate", escreveu Hegseth na rede social X, chamando o almirante de "herói americano e verdadeiro profissional".
O jornal Washington Post revelou, na semana passada, que após o primeiro bombardeio, dois sobreviventes se agarravam à embarcação em chamas, mas foram mortos logo depois, por ordem de Hegseth. Inicialmente o Pentágono havia negado a informação.
"Eu apoio Bradley e as decisões que ele tomou em combate, durante a missão de 2 de setembro e todas as outras desde então", afirmou Hegseth na rede social X. O almirante é "um herói americano, um verdadeiro profissional", reiterou.
Violação das regras do Pentágono
A decisão de Hegseth é criticada até mesmo por lideranças republicanas. Recentemente, o secretário de Defesa alegou que a ofensiva no mar do Caribe e no Pacífico estava dentro do "direito dos conflitos armados" e havia sido aprovada pelos melhores juristas". No entanto, o duplo ataque de 2 de setembro viola o manual do Pentágono sobre o direito da guerra, que estabelece que ordens para atirar em náufragos são proibidas.
"Republicanos e democratas chegam à conclusão de que se tratou de um ato ilegal e profundamente imoral", declarou o senador democrata Chris Murphy ao canal CNN. "As pessoas estão muito preocupadas com a maneira como esses ataques foram conduzidos", reforçou o deputado republicano Mike Turner.
"Acabaremos descobrindo o que realmente aconteceu", prometeu o republicano Roger Wicker, presidente da Comissão de Forças Armadas do Senado, que abriu uma investigação sobre o caso, a pedidos do senador democrata Mark Kelly.
"Temo que, se realmente houve, como foi relatado, sobreviventes agarrados a uma embarcação danificada, isso possa ultrapassar os limites", declarou o parlamentar, ex-piloto de caça e astronauta.
Reunião no Conselho de Segurança Nacional
Trump reuniu o Conselho de Segurança Nacional na segunda-feira para falar sobre a Venezuela, um dia depois de ter confirmado que conversou por telefone com Nicolás Maduro. O presidente venezuelano não se pronunciou até o momento sobre a ligação.
No entanto, Maduro liderou uma marcha que reuniu milhares de militantes na segunda-feira, carregando bandeiras venezuelanas e vestindo camisetas vermelhas do partido do governo. "Nascemos para vencer e não para ser vencidos!", afirmou Maduro em seu discurso. "Queremos paz, mas paz com soberania, paz com igualdade, paz com liberdade, não queremos a paz dos escravos, nem queremos a paz das colônias."
O presidente venezuelano classifica a ofensiva americana no mar do Caribe e Pacífico como "terrorismo psicológico". Os ataques das forças americanas na região deixaram mais de 80 mortos.
No sábado, Trump afirmou que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser considerado "totalmente fechado". Na semana passada, ele declarou que os Estados Unidos iriam "muito em breve" começar a atacar "traficantes de drogas venezuelanos" em operações terrestres.
Até o momento, a iniciativa não foi esclarecida. Questionada por jornalistas na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca manteve a ambiguidade sobre a questão. "Existem opções disponíveis para o presidente, e deixarei que ele se manifeste sobre elas", indicou Karoline Leavitt.
Com informações da AFP