Colômbia: presidente fará pedagogia da paz em 2º mandato

Juan Manuel Santos disse que "a porta está aberta" para partidos de esquerda

16 jun 2014 - 21h04
<p>Juan Manuel Santos participa de coletiva de imprensa no Palácio Presidencial em Bogotá, em 16 de junho</p>
Juan Manuel Santos participa de coletiva de imprensa no Palácio Presidencial em Bogotá, em 16 de junho
Foto: AP

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que no domingo foi reeleito para um segundo mandato, disse que dedicará sua nova gestão a fazer uma "pedagogia da paz" para acabar com o conflito armado que afeta o país há 50 anos.

"Um dos objetivos do meu governo a partir deste momento é fazer muito mais pedagogia sobre a paz, sobre os benefícios da paz", disse o presidente.

Publicidade

Para Santos, é importante explicar os detalhes das conversações de paz com a guerrilha das Farc, pois acredita que "se a gente explica bem, quaisquer das pessoas que não votaram em mim, se quiserem a paz, vão dicer que sim".

Economista de centro-direita, Santos obteve 50,95% dos votos no segundo turno das eleições, nas quais enfrentou o candidato da oposição, Óscar Iván Zuluaga (direito), crítico das conversações impulsionadas pelo governo desde 2012 em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a maior guerrilha do país, com cerca de 8.000 integrantes.

"O que aconteceu ontem (no domingo) nos dá um sinal e um mandado. Eu tenho estado em cima deste processo desde o início, mas o mandato que escutamos ontem nos obriga a colocar a alma e a vida neste processo", disse.

Repetindo as palavras usadas no domingo, em seu discurso da vitória, Santos disse que vai buscar "uma paz justa" e que este processo será "sem impunidade".

Publicidade

Santos, que na semana passada anunciou o início de diálogos de paz com a segunda guerrilha do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), integrada por pelo menos 2.500 combatentes, afirmou que se dedicará intensamente a alcançar o final do conflito, que "é o que o país quer".

Ele deixou nesta segunda-feira a porta aberta à  entrada de partidos de esquerda, se assim desejarem, mas lembrou que a maioria dos líderes de esquerda que apoiaram sua candidatura deixaram claro que continuarão na oposição.

"A oposição é bem-vinda, disso se trata a democracia", apontou, para ressaltar que não vê "nenhuma dificuldade do governo em manter as maiorias no Congresso para passar as leis necessárias".

Também afirmou que com a eleição de domingo a democracia colombiana "saiu fortalecida", tomando para si as palavras da Organização dos Estados Americanos (OEA) no sentido de que o pleito foi realizado "com total transparência e que tornava desproporcional falar de algum tipo de fraude"

Publicidade

Com informações da AFP e EFE.

Fonte: Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se