Juiz destaca 'periculosidade social' e ida à academia em decisão sobre prisão de empresário suspeito de matar gari

O magistrado elencou traços violentos da personalidade de Renê, citando, inclusive, uma denúncia anterior de violência doméstica

15 ago 2025 - 10h47
Resumo
Juiz de Belo Horizonte manteve prisão preventiva de empresário Renê Nogueira Júnior, acusado de homicídio qualificado contra um gari, destacando sua "periculosidade social" e histórico de violência.
Veja a reação de empresário que matou um gari ao saber que continuará preso
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O juiz Leonardo Vieira da Rocha Damasceno, da Central de Audiência de Custódia (Ceac) de Belo Horizonte, destacou a "periculosidade social" do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior em sua decisão de mantê-lo preso pela suspeita de ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes. Durante a audiência de custódia, que aconteceu na última quarta-feira, 13, o magistrado elencou traços violentos da personalidade de Renê, desde uma denúncia anterior de violência doméstica à forma como ele teria agido no dia do crime

Veja o que o juiz falou para embasar prisão preventiva de Renê da Silva Nogueira Junior:

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"Periculosidade social"

Damasceno considerou que Renê cometeu homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, já que o gari estava trabalhando, completamente indefesa. Laudemir foi atingido com um tiro na altura do abdômen e morreu no local da discussão com o empresário, por hemorragia interna.

Câmera de segurança flagra momento em que gari é baleado por empresário em BH
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"Tudo a demonstrar uma extrema gravidade concreta. Aliás, sempre bom ressaltar, homicídio qualificado é um crime hediondo e merece uma devida resposta da atuação do Estado com relação a esse tipo de crime. E ele ainda responde ao delito de ameaça contra a outra trabalhadora, a motorista do caminhão. Todo esse contexto demonstra a personalidade, a periculosidade social do agente, em relação a gravidade dos crimes imputados", afirmou o juiz.

"Comete um crime desse nível e vai treinar"

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O juiz também destacou o fato de Renê ter sido preso horas depois da morte do gari, em uma academia.

René
René
Foto: Reprodução/Redes Sociais

"Parece que depois ele ainda foi, ao que tudo indica, foi preso numa academia. Quer dizer, comete um crime desse nível e vai treinar numa academia, situação, assim, que merece uma devida apuração a respeito da personalidade do agente", disse Damasceno. 

Violência doméstica

O juiz também levou em conta o histórico criminal de Renê, que já foi denunciado por violência doméstica em um relacionamento anterior ao atual. 

"Chama a atenção que, inclusive o documento dado pelo Ministério Público, que a defesa teve acesso, responde a outra ação penal, já com denúncia recebida, de lesão corporal grave no âmbito de violência doméstica, onde inclusive o braço da moça da outra vítima foi fraturado", destacou. 

Somando todos esses fatores, o juiz Leonardo Vieira da Rocha Damasceno optou por manter Renê preso, convertendo a prisão em flagrante em preventiva. 

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Fonte: Redação Terra
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