O trajeto no automobilismo pode ser difícil para os pilotos e suas famílias, mas a conquista ao chegar na Fórmula 1 transforma a vida de todos os envolvidos. Isack Hadjar, novato na categoria, revelou que, em 2025, conseguiu viver financeiramente do automobilismo, pela primeira vez.
Em março, o piloto francês estreou na Racing Bulls e, após uma temporada muito elogiada, foi promovido. A partir do próximo ano, Hadjar ocupará o segundo assento na Red Bull Racing, ao lado de Max Verstappen. Os bons resultados na Fórmula 1, no entanto, vêm de uma trajetória marcada por altos custos e pouco retorno financeiro.
Durante uma entrevista com o streamer francês Zack Nani, o piloto francês falou sobre sua experiência no automobilismo: "Eu só comecei a ganhar a vida na Fórmula 1 este ano, em 2025", disse ele.
Apesar de alcançar o vice-campeonato na Fórmula 2 em 2024 e garantir uma vaga na Fórmula 1 no ano seguinte, as categorias de base representaram mais gastos do que ganhos para Hadjar e sua família.
Quando questionado sobre o prêmio em dinheiro que recebeu pelo segundo lugar na Fórmula 2, a resposta do piloto foi curta: "Não. É um sistema complicado, em que você precisa pagar para correr", afirmou. "Claro que a Red Bull está lá para ajudar, você faz parte de uma academia, está imerso no ambiente da F1 e recebe apoio financeiro. Mas a Fórmula 3 e a F2 têm custos que você não consegue bancar sozinho."
O francês também revelou que o suporte familiar foi fundamental para seguir adiante em sua carreira. Ainda assim, ele deixou clara a dificuldade da época: "Minha mãe conseguiu encontrar patrocinadores para pagar parte da temporada, e a Red Bull cobriu o resto. Não posso dizer tudo, mas até o ano passado foi financeiramente implacável. Sem a Red Bull, teria acabado", afirmou.
Hadjar também refletiu sobre como a barreira financeira impactou suas experiências iniciais no esporte e que, apesar de gostar de correr no kart, competia em desvantagem devido à falta de apoio financeiro. O piloto afirmou que considera as memórias da época como "ruins".
Por fim, Isack Hadjar fez questão de contextualizar sua situação familiar, mas sem minimizar os desafios que enfrentou: "Não quero parecer alguém que não tinha condições, meus pais têm uma boa situação financeira. Mas, no mundo da Fórmula 1, você é invisível. Qualquer um pode comprar uma chuteira e jogar futebol, mas começar no Kart já é difícil, e avançar para o nível profissional é algo absurdo", completou.