A Fórmula E já iniciou o campeonato de 2025/26. O ePrix de São Paulo, que aconteceu no Sambódromo do Anhembi, contou com várias ações dentro e fora de pista ao longo do dia, além do apoio da torcida brasileira para a vitória de Jake Dennis.
Com um grid cada vez mais jovem, é notável que novos talentos do automobilismo têm demonstrado mais interesse na categoria elétrica. Com quase 150 corridas, a categoria se prepara para a entrada do GEN4 enquanto evolui cada vez mais, sendo cada vez mais cobiçada por nomes de destaque da base da Fórmula 1.
Taylor Barnard foi um dos primeiros nomes a liderar a mudança para a Fórmula E, apesar de Dan Ticktum também ter corrido na Fórmula 2, uma sequência de carros ruins acabou distorcendo a visão do público sobre o potencial do piloto. No ano passado, Barnard teve uma temporada de estreia impressionante e conquistou seu primeiro pódio em São Paulo.
Entre os jovens pilotos, Zane Maloney, Felipe Drugovich e Pepe Martí também seguiram pelo mesmo caminho. O piloto brasileiro foi campeão da Fórmula 2 e piloto reserva da Fórmula 1, enquanto Martí é visto como uma das maiores promessas da academia da Red Bull Racing.
Em entrevista ao Parabólica, Lucas Di Grassi, embaixador e piloto da categoria, falou sobre a visão dos jovens pilotos e a decisão de ingressar no grid da Fórmula E: "Acho que o objetivo de qualquer piloto é ser um piloto profissional. Ser piloto profissional significa o quê? Significa que você vai ser contratado, trabalhar e correr para ganhar a vida, para ganhar títulos, e para poder receber, para poder ter uma vida a partir de ser piloto de automobilismo. A Fórmula 1 só tem 20 válvulas e existem poucas categorias profissionais no mundo. O pessoal acha que a Fórmula 3, Fórmula 2, não, o pessoal paga para correr, não é que o pessoal recebe", disse.
Segundo Di Grassi, a mudança da Fórmula 2 para a FE equivale ao pulo de cliente para contratado. No momento, a Fórmula E é a segunda categoria que mais paga bem os pilotos, depois da Fórmula 1. De forma que a categoria passa a chamar mais atenção conforme os salários entre as competições se aproximam e a quantidade de vagas aumenta.
"Por isso eu ajudei a criar a Fórmula E lá atrás, era para aumentar as vagas. Quantos trabalhos, quantas oportunidades de trabalho foram criadas, inclusive o nosso aqui que a gente está fazendo, dentro de uma categoria. Então é isso que é o mais importante. Agora a categoria precisa crescer e a gente precisa mostrar que não é uma questão de opção B. Para chegar na Fórmula E e andar bem, você precisa, além de ter resultados bons na categoria de base, você precisa se dedicar muito", concluiu.
Para Jeff Dodds, CEO da categoria elétrica, o dinheiro é apenas parte do que elevou o interesse dos pilotos na categoria: "Eles podem ver o carro da GEN4 e ver a tecnologia e aonde está indo. Então, muitos deles estão muito animados com a corrida e o tipo de tecnologia que está vindo na GEN4. O que vai ser muito, muito mais poderoso, muito mais rápido, para além de velocidade e muito mais rápida para a corrida", disse.