A Polícia Federal (PF) efetuou a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na madrugada desta sexta-feira (26), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, localizado em Assunção, no Paraguai. A detenção ocorreu após o monitoramento por tornozeleira eletrônica registrar interrupções de sinal durante o período de Natal.
De acordo com os relatórios enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o equipamento de geolocalização utilizado por Vasques parou de emitir sinais na madrugada do dia 25 de dezembro. Segundo o g1, a falha técnica foi atribuída pela PF à desoneração da bateria do dispositivo.
Os registros indicam que o sinal foi interrompido totalmente na tarde de quinta-feira. Antes da cessação dos dados, câmeras de segurança do condomínio onde o ex-diretor residia, em São José (SC), registraram sua saída às 19h22 da quarta-feira (24). As imagens mostram Vasques carregando um veículo alugado com suprimentos para animais e embarcando com um cão.
De acordo com o g1, após a identificação de irregularidades no sinal da tornozeleira eletrônica de Silvinei Vasques, equipes de segurança iniciaram buscas no endereço cadastrado:
-
24 de dezembro (20h10): A Polícia Penal de Santa Catarina compareceu ao imóvel, mas não obteve resposta no apartamento nem localizou o veículo na garagem.
-
25 de dezembro (23h00): Agentes da Polícia Federal realizaram nova diligência no local, confirmando a ausência do réu.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, fundamentou o decreto de prisão preventiva com base nas evidências de que o deslocamento configurou uma tentativa de evitar a aplicação da lei penal. Segundo a decisão judicial, o uso de veículo alugado e a partida em horário de recolhimento domiciliar caracterizaram o descumprimento das medidas cautelares.
Silvinei Vasques possui uma condenação recente, proferida pelo STF, com pena de 24 anos de prisão. A acusação, sustentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que o ex-diretor utilizou a estrutura da PRF para interferir no fluxo de eleitores durante o processo eleitoral, especificamente em regiões onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentava vantagem estatística sobre Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal informou que, no momento da prisão no Paraguai, Vasques portava um passaporte falso e tinha como destino final El Salvador. Com a nova ordem de prisão preventiva, o réu permanece à disposição da justiça brasileira para os trâmites de extradição ou transferência.