Sóstenes Cavalcante exibe escritura e diz que R$ 470 mil apreendidos pela PF são de venda de casa

Deputado federal foi alvo de operação que investiga desvios na cota parlamentar; Polícia Federal identificou que assessor do parlamentar movimentou R$ 11 milhões em débitos e R$ 11 milhões em créditos

24 dez 2025 - 17h24
(atualizado às 17h31)

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) publicou um vídeo nas redes sociais nesta quarta-feira, 24, em que apresenta sua versão sobre a fonte dos cerca de R$ 470 mil apreendidos em seu apartamento, em Brasília, pela Polícia Federal na sexta-feira, 19. A apreensão ocorreu em uma operação que apura desvios na cota parlamentar, a qual também envolve outro deputado do PL-RJ, Carlos Jordy.

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Segundo o deputado, o dinheiro vivo seria oriundo da venda de uma casa, cuja escritura exibiu na gravação. Ele também mostrou a indicação da propriedade do imóvel em sua última declaração de imposto de renda, de 2024, no valor de R$ 310 mil. Anteriormente, já havia afirmado que a transação havia ocorrido uma semana antes da operação.

A Polícia Federal indicou que agentes públicos, servidores comissionados e particulares teriam atuado para desviar e ocultar a verba pública. Segundo a investigação, os desvios de recursos ocorriam por meio de pagamentos a uma locadora de veículos, que, para a PF, seria uma fachada para devolução de dinheiro da cota parlamentar.

No caso de Cavalcante, um assessor do parlamentar movimentou R$ 11 milhões em débitos e R$ 11 milhões em créditos, assim como seria um dos responsáveis por operar os desvios de recursos da cota parlamentar. O deputado não fez nenhuma menção ao assessor na postagem nas redes sociais, contudo.

Sóstenes Cavalcante foi alvo de operação da Polícia Federal na semana passada
Sóstenes Cavalcante foi alvo de operação da Polícia Federal na semana passada
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Na gravação desta quarta, o deputado afirma que, desde 2023, era proprietário do imóvel, localizado em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Também diz que a casa foi colocada à venda após uma reforma, momento em que exibiu um anúncio de venda, por R$ 690 mil. "Tudo conforme a lei, nada ilegal", ressaltou.

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O deputado declarou, contudo, que o imóvel foi comercializado por R$ 500 mil, pagos em dinheiro vivo. "Tenho certeza que, depois de esclarecido na Polícia Federal e com o ministro Flávio Dino, o dinheiro será devolvido, porque ele é de fonte lícita e transparente", completou.

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), em vigor desde 2009, unificou a verba indenizatória, a cota de passagens aéreas e a cota postal-telefônica. De acordo com a Câmara, o valor mensal do benefício deve ser utilizado pelos parlamentares para custear despesas do mandato, como aluguel de escritório, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro e combustível.

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