O Teste Público de Segurança (TPS) das urnas eletrônicas, em andamento desde a última segunda-feira, 1º, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, conta mais uma vez com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A instituição mantém desde 2021 um convênio com a Corte para aprofundar estudos de vulnerabilidade e propor melhorias permanentes no sistema eleitoral brasileiro.
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Além de integrar os dias oficiais do Teste Público de Segurança, a USP mantém um trabalho contínuo de avaliação. Pelo convênio firmado com o TSE, pesquisadores da universidade realizam análises permanentes de código, simulações de ataque e desenvolvimento de soluções que podem ser incorporadas às próximas eleições. A participação no teste reforça essa atuação de longo prazo, funcionando como uma etapa adicional dentro de um processo que ocorre durante todo o ano.
Responsável pelo convênio, o professor Marcos Simplício, do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc-USP), afirmou ao Terra que os experimentos realizados pela equipe têm mostrado “boa maturidade” do sistema, apesar das tentativas intensivas de ataque promovidas pelos investigadores.
“Desde 2021 o convênio existe e a ideia é que façamos testes de segurança, assim como ocorre no teste público, mas nas dependências da própria USP, em busca de eventuais vulnerabilidades e correções. A gente tem acesso às mesmas coisas que o pessoal tem aqui: código-fonte, código compilado, todo o software de apoio, toda a documentação necessária para buscar qualquer tipo de melhoria no sistema”, disse Simplício.
Pesquisadores e voluntários tentam explorar falhas
A USP participa do Teste Público de Segurança das urnas com 17 investigadores e conta ainda com 27 voluntários, que realizam ataques controlados envolvendo:
- Envio e recepção de dados,
- Análise da coleta de votos,
- Tentativas de exploração de possíveis brechas,
- Testes contra softwares auxiliares e mecanismos de transmissão.
“A gente notou uma boa maturidade, muito mais difícil achar ponto de crítica. Quando entra um novo aluno, ele vem achando que dá para fazer alguma coisa e se depara com várias barreiras. Dá para dizer que está bem robusto. Não é fácil achar alguma violação, ainda mais alguma vulnerabilidade que prejudique uma eleição”, afirma Simplício ao destacar a evolução do sistema.
Como o teste ainda está em execução, não há balanço parcial conclusivo. As análises finais serão apresentadas apenas após a consolidação de todos os resultados, conforme o cronograma do TSE.