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Por que saída de câmpus da USP do litoral foi parar na Justiça

Grupo de servidores tenta seguir na Baixada Santista após universidade decidir transferir todos os funcionários a capital

15 jul 2025 - 20h09
(atualizado em 22/7/2025 às 17h37)

Após a Universidade de São Paulo (USP) decidir encerrar as atividades da Escola Politécnica (Poli) em Santos e transferir todos os funcionários para o câmpus de São Paulo, um grupo de servidores entrou na Justiça para seguir na Baixada Santista. O pedido ainda está sob análise.

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O juiz que analisou o processo negou, inicialmente, a liminar solicitada pelos servidores porque o contrato com a USP não prevê local fixo de prestação de serviços, sendo originariamente vinculado à unidade em São Paulo.

Ele também pontua que a transferência decorre da extinção das atividades do curso de Engenharia de Petróleo em Santos, o que configura a exceção prevista na CLT para casos de transferência. As partes aguardam a audiência.

A ação para impedir a transferência foi movida por sete funcionários. Os servidores foram informados, em março, que seriam transferidos presencialmente na capital, a partir de agosto, para onde já foram os professores e os alunos. Mesmo concursados, os funcionários são contratados pelo regime CLT.

O advogado do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Alceu Carreira, que representa o grupo que entrou na Justiça, argumenta que a CLT impede a transferência forçada de servidores, garantindo que eles não possam ser deslocados se houver mudança de domicílio ou algum prejuízo para o trabalhador.

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A Poli, por sua vez, afirma que "teve o cuidado de realizar reuniões com os servidores para esclarecer as etapas e oferecer um período para adaptação, nas quais foi estabelecido este prazo (agosto)".

Câmpus da USP em Santos funciona em antiga escola estadual, hoje um prédio tombado.
Câmpus da USP em Santos funciona em antiga escola estadual, hoje um prédio tombado.
Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Ainda conforme a Poli, a opção pelo encerramento total "ocorreu apenas ao final de 2024, após esgotamento do levantamento de outras possibilidades de atividades acadêmicas que pudessem ser desenvolvidas naquele local".

O curso de Engenharia do Petróleo, que funcionava no local, já havia sido transferido para a capital em 2021 a pedido dos alunos, segundo a instituição.

A evasão em Santos, afirma a Poli, era alta. A graduação seguirá em funcionamento na cidade de São Paulo.

Outras atividades, como a pós-graduação, foram deslocadas até o fim de 2024. Só a parte administrativa e um laboratório de pesquisa ainda funcionam em Santos, e também serão transferidos.

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A Poli diz que tomou as decisões após esgotar o estudo de possibilidades para o local. A reitoria informa que recebeu, na semana passada, pedido da Poli para avaliar o caso e diz ainda estudar "possibilidades envolvendo o edifício".

Conforme a Poli, o curso subiu nos rankings após migrar para São Paulo e alcançou a melhor posição na América Latina, se comparado internacionalmente aos seus iguais, no Ranking QS 2025.

Até 2023, a Engenharia do Petróleo tinha 35 vagas. Em 2024, o modelo de ingresso mudou. Desde então, são oferecidas 65 vagas para a opção Engenharia de Minas/Engenharia de Petróleo. Os alunos cursam quatro semestres em comum e escolhem a especialização ao fim do 2º ano.

Mais importante instituição de ensino superior da América Latina, a USP tem câmpus na capital, em São Carlos, Ribeirão Preto, Bauru, Pirassununga, Lorena e Piracicaba.

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