Síndrome de Burnout: o que é, sintomas, causas e como tratar

A síndrome surge como resultado de situações de trabalho desgastantes, que exigem alta competitividade e responsabilidade

11 jul 2023 - 05h00
(atualizado em 28/10/2025 às 04h59)
Resumo
A Síndrome de Burnout, reconhecida pela OMS como condição de saúde mental desde 2022, resulta de estresse crônico no trabalho, apresentando sintomas como exaustão física e mental, e requer diagnóstico médico, mudanças no estilo de vida e psicoterapia para tratamento.
A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida em janeiro de 2022 pela OMS como uma condição de saúde mental relacionada ao trabalho
A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida em janeiro de 2022 pela OMS como uma condição de saúde mental relacionada ao trabalho
Foto: Foto: Freepik

Cansaço excessivo, estresse e esgotamento emocional. Sintomas que a publicitária Isabella Ferraz, de 25 anos, contou ter sentido após retornar ao trabalho presencial em Belo Horizonte, Minas Gerais. Preocupada com sua saúde, ela decidiu procurar um médico e, para sua surpresa, recebeu o diagnóstico de Síndrome de Burnout.

"Foi em 2022 e faz pouco mais de um ano. Retornei ao presencial depois da pandemia e comecei a chegar em casa exausta, estressada. Foi só piorando, chegava o fim de semana e eu só queria dormir. Depois de alguns meses decidi ir ao médico e ela me disse que estava com Burnout", relata. 

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Funcionária de uma agência de publicidade, ela conta que demorou a perceber os sinais da Síndrome de Burnout. "Acreditava que esses sintomas eram apenas uma consequência do dia a dia agitado da profissão. Foram meses sem perceber que tinha essa síndrome", relembra.

O que é a síndrome de Burnout?

A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida em janeiro de 2022 como uma condição de saúde mental relacionada ao trabalho pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A síndrome é definida pela OMS como "resultante de um estresse crônico associado ao ambiente de trabalho que não foi adequadamente administrado".

Segundo o órgão, há três dimensões que compõem a síndrome de Burnout:

  • sensação de exaustão ou falta de energia;
  • sentimentos de negativismo, cinismo ou aumento da distância mental em relação ao trabalho; e
  • eficácia profissional reduzida.

O Burnout foi incluído na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e também é conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional.

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De acordo com informações do Ministério da Saúde, os sintomas que caracterizam essa condição são exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, que surgem como resultado de situações de trabalho desgastantes, de alta competitividade e responsabilidade. Ainda segundo a pasta, o principal fator desencadeante dessa doença é justamente o excesso de trabalho. 

Principais causas e fatores de risco

Certas condições no ambiente de trabalho podem desencadear a síndrome de Burnout. Entre elas:

  • Excesso de trabalho;
  • Situações nocivas;
  • Insegurança psicológica;
  • Assédios;
  • Relacionamentos tóxicos com colegas e gestores;
  • Pressão desmedida por resultados.

Para a publicitária Isabella, foi justamente o excesso de trabalho somado ao ambiente competitivo que desencadeou a síndrome de Burnout.

"Foi logo depois da pandemia e do isolamento. Acho que isso contribuiu. Era muito trabalho, e todo mundo querendo mostrar serviço. Também tinha medo de perder o emprego. O ambiente ficou tóxico", disse.

Sintomas físicos e emocionais

Conforme informado pelo Ministério da Saúde, a síndrome de Burnout manifesta-se por meio de nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dores abdominais, fadiga intensa e tonturas. Os principais sinais e sintomas que podem ser indicativos da síndrome de Burnout são:

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  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Fadiga;
  • Pressão alta;
  • Dores musculares;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

Impactos na vida profissional e pessoal

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores no País sofrem com a síndrome de Burnout. Isso, no entanto, não se limita ao Brasil, e é um fenômeno global.

Essa síndrome afeta não apenas a mente, mas também o corpo, e pode trazer vários impactos na vida profissional e pessoal. O Burnout pode inclusive resultar em estado de depressão profunda e, por isso, aos primeiros sintomas é fundamental procurar ajuda de profissionais especialistas.

Como prevenir e tratar

O Ministério da Saúde recomenda como tratamento do Burnout mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, nos hábitos e estilos de vida. O tratamento é feito com:

  • Psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos);
  • Prática de exercícios físicos;
  • Alimentação balanceada;
  • Rotina de sono adequada.

Assim como recomenda o órgão, a publicitária Isabella Ferraz recorreu à psicoterapia para tratar a síndrome de Burnout. Ela já tem percebido melhoras na sua condição.

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"Melhorei muito desde que comecei nas sessões de terapia. Me sinto mais calma e estou lidando melhor com a situação. Os sintomas também diminuíram bastante", conta.

Para prevenir a síndrome de Burnout, é fundamental adotar estratégias que reduzam o estresse e a pressão no ambiente de trabalho. Veja algumas dicas a seguir:

  • Estabelecer limites - Definir limites claros entre o trabalho e a vida pessoal, com horários adequados de descanso e lazer;

  • Praticar o autocuidado - Dedicar tempo para cuidar da saúde física e mental, por meio de exercícios físicos, alimentação equilibrada, sono adequado e hobbies;

  • Estabelecer prioridades - Organizar as tarefas de forma eficiente, estabelecendo prioridades e delegando responsabilidades quando necessário;

  • Promover um ambiente saudável - Fomentar uma cultura organizacional que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, incentivando pausas, momentos de relaxamento e apoio mútuo entre os colaboradores.

Quando procurar ajuda médica

Assim que notar qualquer sintoma da síndrome de Burnout é importante buscar apoio profissional. Normalmente, os sinais surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar do tempo. O psicólogo e o psiquiatra são profissionais da saúde indicados para diagosticar o Burnout e orientar a melhor forma de tratamento. 

*Este conteúdo é apenas informativo. Em caso de sintomas, procure um profissional de saúde.

Fonte: Redação Terra
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