Se você viajar para a Coreia do Sul e der um passeio por Seul ou Daejeon, é provável que algo chame sua atenção: a quantidade de cartazes das hagwon, as academias privadas frequentadas por crianças para aprender inglês, matemática ou alcançar a nota máxima no suneung, o exame que define o acesso às melhores universidades do país. Em 2020, havia mais de 73 mil dessas academias. Esse número esconde um desafio crucial para a Coreia, uma nação mergulhada em um alarmante declínio demográfico e onde educar filhos se tornou um luxo inacessível.
Há estudos que já apontam a Coreia do Sul como a nação mais cara do mundo para criar um filho. Curiosamente (ou não), também é o país com a menor taxa de natalidade.
Um paradoxo demográfico
Nos rankings sobre natalidade e criação de filhos, a Coreia do Sul se destaca em dois campos que não combinam. Com uma taxa de fecundidade de 0,72 filho por mulher, a república asiática está entre os últimos colocados em natalidade e enfrenta uma situação que as autoridades já classificam como "emergência nacional", sem rodeios. Sua baixíssima taxa de natalidade representa um problema tão grave que afeta a economia, a sociedade e até a defesa nacional.
Ironias demográficas: a Coreia do Sul é também uma das nações onde criar um filho sai mais caro. É o que mostrou no ano passado um estudo do Instituto YuWa. Segundo informações publicadas pelo jornal sul-coreano Chosun Ilbo, criar um filho até os 18 anos no país tem um custo equivalente a 7,79 vezes o ...
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