Só 16% das cidades têm 80% da população totalmente vacinada

Nos municípios com menor IDH, são mais baixas as taxas de vacinação, aponta estudo da Fiocruz

22 dez 2021 - 21h21
(atualizado às 21h41)
Profissional de saúde mostra frasco de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 no Rio de Janeiro
23/01/2021 REUTERS/Ricardo Moraes
Profissional de saúde mostra frasco de vacina da AstraZeneca contra Covid-19 no Rio de Janeiro 23/01/2021 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Apenas 16% das cidades brasileiras têm 80% da população com o esquema vacinal completo contra a covid-19, aponta o levantamento feito por pesquisadores do painel MonitoraCovid-19, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 22, demonstra como a campanha de vacinação contra a covid-19 é marcada também por profundas desigualdades sociais no País. 

Segundo a pesquisa, as "áreas com menores valores de IDH [Índíce de Desenvolvimento Humano] no Brasil também apresentam menores taxas de cobertura vacinal e piores estruturas para atendimentos, sobretudo de casos mais graves de Covid-19".   

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Enquanto a região Sul do Brasil tem 30% dos municípios com mais de 80% da população com esquema de vacinação completo, na região Norte esse percentual cai para apenas 1,1%. No restante do País, o percentual de imunizados com as duas doses da vacina corresponde a:

- Sudeste 27,2%

- Centro-Oeste 11,8%

- Nordestec 2,7%

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Até o dia 8 de dezembro, os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Roraima e Sergipe não apresentaram municípios com mais de 80% da população totalmente imunizada.

A desigualdade vacinal também foi identificada em áreas de fronteira, como o limite entre Rondônia e Bolívia, a tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia – onde se localizam as cidades de Tabatinga e Letícia- ,também na tríplice fronteira entre Roraima, Venezuela e Guiana, e todo o estado do Amapá, com fronteira com a Guiana Francesa. O que significa que esses territórios são hoje vulneráveis para a entrada de novas variantes e espalhamento do vírus da covid-19 para todo o Brasil. 

Cobertura da vacinação com esquema completo segundo municípios do Brasil
Foto: Reprodução/Opendatasus/MonitoraCovid-19

O estudo da Fiocruz ainda destaca que "o país, em meio ao processo epidêmico, não disponibiliza dados sobre Covid-19 desde o dia 09/12/2021, o que compromete todas as análises e a criação de subsídios para a tomada de decisão dos gestores. Devido a velocidade de propagação da doença torna-se imprescindível a disponibilização de dados atualizados para direcionar intervenções oportunas". 

O processo de interiorização da covid com os baixos índices do esquema vacinal permite o surgimento também de novas variantes, além do alastramento da pandemia pelo Brasil. Além da aceleração da aplicação das segundas doses do esquema vacinal e da aplicação da dose de reforço, o estudo reforça a importância das medidas de prevenção como o uso de máscaras, de preferência nos modelos PFF2 e N95, além da não recomendação de realização de eventos de grande porte que geram aglomerações. 

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Fonte: Redação Terra
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