Brasil veta passaporte vacinal e impõe teste a não-vacinados

7 dez 2021 - 18h35
(atualizado às 20h27)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em coletiva de imprensa nessa terça-feira que o Brasil não irá cobrar o chamado 'passaporte da vacina' a turistas que desejam entrar no País. Queiroga discursou contra a obrigatoriedade da vacina e avisou que viajantes não-vacinados deverão apresentar um teste negativo para covid-19 e realizar uma quarentena de cinco dias. "Às vezes é melhor perder a vida que perder a liberdade", disse o ministro. 

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do governo Bolsonaro
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do governo Bolsonaro
Foto: Bruno Rocha/Enquadrar / Estadão

"Esse enfrentamento da pandemia não diz respeito a apenas um chamado passaporte, que mais discorde do que consenso cria. É necessário defender as liberdades individuais, respeitar os direitos dos brasileiros acessarem livremente as políticas públicas de saúde", disse Queiroga.

Publicidade

"Nessa questão da vacinação, o que nós fazemos tem dado certo porque nós respeitamos as liberdades individuais. O presidente ainda há pouco falou: 'É melhor perder a vida do que perder a liberdade'. São direitos fundamentais e que têm a mesma importância e nosso compromisso é com isso: com a vida, com a liberdade e com as políticas públicas de saúde", afirmou Queiroga. 

Queiroga disse o que o governo Bolsonaro não vai adotar o 'passaporte da vacina'. "Não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para a partir daí impor restrições. Até porque a ciência já sabe que as vacinas não impedem totalmente a transmissão do vírus. E não temos só as vacinas, temos também as testagens, que o Brasil ampliou muito".

"Ultimamente o mundo ficou muito preocupado com a nova variante do vírus (Ômicron). E essas variantes podem acontecer em qualquer lugar. Os países que identificam essas variantes não podem ser punidos com restrição a seus cidadãos, até porque essas variantes já estão em várias outras partes e é difícil dizer que são oriundas desses países onde foram identificadas", afirmou. 

No mesmo dia em que Bolsonaro subiu o tom contra a Anvisa e distorceu informação da agência sobre fechamento de fronteiras, Queiroga deixou em dúvida se o governo irá seguir as próximas recomendações. "Nós temos na figura da Anvisa uma agência regulatória que é umas das principais do mundo. Naturalmente o posicionamento da Anvisa pode ser acatado ou não na sua totalidade pelo governo e é por isso que existe esse grupo interministerial, que se reúne diversas vezes para tomar uma decisão adequada".

Publicidade

Queiroga também mostrou na entrevista estar em completa sintonia com Bolsonaro ao defender o combate à covid-19 com preocupações com a economia. "O presidente Jair Bolsonaro disse, desde o primeiro momento, que era necessário o combate à pandemia, o cuidado com a saúde, junto com a economia. Esse binômio é necessário. Por isso que nós chegamos nesse momento, com quase dois anos de pandemia, com o Brasil hoje reconhecido a nível mundial, com políticas públicas reconhecidas no combate à pandemia e preservação de empregos".

Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se