O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, comparou Jair Bolsonaro ao Che Guevara ao destacar a capacidade de transferência de votos do ex-presidente. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 25, durante entrevista à GloboNews após sua participação no Esfera Brasil 2025, evento que reuniu lideranças para debater o cenário político e as eleições de 2026.
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"É inacreditável a força de transferência do voto do Bolsonaro. O eleitor dele é fiel. E essas coisas [processos judiciais contra Bolsonaro] estão fazendo com que ele vire um Che Guevara", afirmou Valdemar. Segundo ele, "o Che Guevara tinha um carisma como o do Bolsonaro. E ele é lembrado até hoje. Tanto que o Fidel, enquanto não pôs ele pra fora de Cuba, não sossegou. Daqui 30, 40 anos, do jeito que estão fazendo as coisas com Bolsonaro, você vai ter meninos, gente com a camiseta do Bolsonaro".
A fala levou o líder do partido a divulgar uma nota destacando que não fez uma comparação direta. "Que fique claro: nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro. O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é. Jair é o legítimo líder da nossa direita e continuará sendo", escreveu Valdemar no X (antigo Twitter).
Durante o painel, Valdemar reforçou que Bolsonaro mantém uma base fiel e capaz de influenciar diretamente o resultado das urnas. "Se nós tivermos um candidato, por exemplo, Baleia [Rossi], tem que ser um nome conhecido. Baleia candidato à Presidência da República vai bater, calculando aí, 8%, 10%. Aí você põe, com apoio do Bolsonaro, 38%, 39%. Eu fiz esse teste agora de manhã, é a segunda vez que faço. A transferência dele é uma loucura, ele transfere no mínimo 30%. Quer dizer, ele já joga o camarada no segundo turno", afirmou.
No evento, Costa Neto também comentou sobre a saúde do ex-presidente. Segundo ele, aliados relatam que o ex-presidente está fragilizado física e emocionalmente. "Está muito abatido. Mas, se estivesse livre, ele sarava na hora. O estado moral dele é por causa disso", declarou Valdemar em entrevista à Folha de S. Paulo. "Ele não merece estar onde está. Como você se sentiria no lugar dele? E ver o prestígio que ele tem? 'E eu não vou poder ser candidato?'".