Reconciliação com Tasso Jereissati empurra Ciro Gomes à disputa pelo governo do Ceará

Acordo entre tucanos e ex-ministro reabre alianças antigas e altera o tabuleiro eleitoral no Nordeste

20 out 2025 - 16h30
(atualizado às 18h11)
Ciro Gomes e Tasso Jereissati, ex-governadores do Ceará, retomam diálogo político após anos de afastamento
Ciro Gomes e Tasso Jereissati, ex-governadores do Ceará, retomam diálogo político após anos de afastamento
Foto: Aurélio Alves

Por trás da briga de Ciro Gomes com o governo Lula — que respingou até mesmo na relação com o irmão, senador Cid Gomes (PSDB) — surge um novo desdobramento. Na política, a equação é quase sempre a mesma: quando uma aliança se rompe, outra se forma. Antes de despontar como o novo quadro do PSDB, o ex-ministro e ex-governador do Ceará retomou o diálogo com o também ex-governador Tasso Jereissati, veterano tucano e um dos nomes mais influentes do partido.

Ciro e Tasso já haviam protagonizado desentendimentos públicos no passado. Críticas de Ciro ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e divergências internas na legenda foram o pano de fundo para o rompimento. Agora, o cenário é outro. A insatisfação de Ciro com o PDT e com o governo federal reacendeu pontes antigas — e o PSDB enxerga na reaproximação uma oportunidade de “resgatar engajamento” e lançá-lo a disputa pelo governo do Ceará.

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Segundo integrantes do PSDB, a relação entre Ciro e Tasso foi reatada nas últimas eleições. “Foi um convite antigo do senador Tasso. Esse laço se estreitou nos últimos pleitos. Eles fizeram as pazes”, disse um político tucano em caráter reservado.

“O partido está em reconstrução. Desde a polarização de 2018, perdeu base de diálogo. O discurso radicalizado não deu engajamento. É hora de recuperar o pensamento tucano”, afirmou, sob reserva, um dirigente da sigla.

O rompimento com o PDT

A ruptura de Ciro com o PDT começou ainda durante o governo de Camilo Santana no Ceará e se aprofundou após a escolha de Roberto Cláudio como candidato ao governo estadual em 2022, decisão que contrariou o grupo político dos Ferreira Gomes. O episódio acentuou o distanciamento entre Ciro e seu irmão, Cid, e deixou o ex-ministro isolado dentro do próprio partido. O atrito com o governo Lula — motivado pelas críticas à condução econômica e à política de alianças do PT — completou o ciclo de afastamento.

Tucanos em festa

O líder do PSDB no Senado, Plínio Valério, comemorou a adesão de Ciro à legenda. Em conversa com o Terra, o parlamentar disse que aguardava confirmação da Executiva sobre o assunto e que Ciro é "um bom quadro". 

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Já o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, confirmou a filiação e atribuiu o movimento à articulação local. “O responsável por essa adesão é o PSDB do Ceará, com o senador Tasso Jereissati à frente”, disse Perillo.

Fonte: Portal Terra
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