Protesto no Anexo II da Câmara dos Deputados busca barrar a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de falta de decoro; manifestações também criticam Hugo Motta, presidente da Casa.
Um protesto a favor da manutenção do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) levou ao fechamento dos portões do Anexo II da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 10. A manifestação ecoou palavras de ordem, como 'Motta sai, Glauber fica', em referência ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa.
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O ato ocorre um dia após Glauber Braga ser retirado à força do plenário da Câmara pela Polícia Legislativa, depois de ocupar, em protesto à votação pela cassação de seu mandato, a cadeira da presidência.
Diferentes políticos aliados a Braga publicaram, em suas redes sociais, imagens da manifestação no Anexo II, que teve chamamento organizado pelo PSOL.
Motta pautou para esta quarta-feira a votação pela cassação dos parlamentares Glauber Braga e Carla Zambelli (PL-SP). A Casa deverá analisar o caso de Alexandre Ramagem (PL-RJ) na próxima semana.
Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de falta de decoro após expulsar do plenário, com chutes e empurrões, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro. O episódio, que foi filmado, ocorreu em abril de 2024.
O deputado psolista defende que a cassação é desproporcional e evidencia uma perseguição de caráter político.
Para Glauber, a suposta manobra foi articulada pelo ex-presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), após denúncias contra ele ligadas ao orçamento secreto — esquema de distribuição de verbas federais no Brasil, especialmente no governo Bolsonaro. Lira nega as acusações.
“É também um processo que já deveria ter sido levado ao plenário desde o dia 22 de abril deste ano", disse Motta, conforme reportado pela Agência Brasil. “Todos sabem que esse processo foi concluído lá no Conselho de Ética e que o Plenário precisa dar o seu veredito final. Vamos enfrentar esse caso do deputado Glauber nesta semana, para que o Plenário possa dar a sua posição.”