Presidente do INSS pede demissão após ser alvo de operação da PF contra fraudes em aposentadorias

Investigação aponta descontos irregulares de até R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões

23 abr 2025 - 17h29
(atualizado às 18h31)
Alessandro Stefanutto pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 23.
Alessandro Stefanutto pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 23.
Foto: Divulgação/INSS / Perfil Brasil

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 23, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema de fraudes que teria desviado bilhões de reais de aposentados e pensionistas por meio de descontos irregulares nas folhas de pagamento.

A investigação aponta descontos irregulares de até R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões. Mais cedo, o presidente Lula havia ordenado sua demissão. Stefanutto é servidor de carreira desde 2000 e, até há pouco tempo, era filiado ao PSB. Atualmente, está filiado ao PDT, de Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.

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Pela manhã, a PF foi ao apartamento funcional ocupado por Stefanutto e apreendeu o celular pessoal. A apreensão ocorreu no âmbito da Operação Sem Desconto, que cumpriu um total de 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária. Seis servidores do INSS foram afastados de suas funções

Investigação da fraude

Segundo a PF, as investigações identificaram irregularidades relacionadas a descontos de mensalidades associativas aplicados sobre benefícios previdenciários, concedidos pelo INSS. As fraudes aconteceram entre 2019 e 2024, período que abrange os governos Bolsonaro e Lula.

Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU foram mobilizados para a ação, que se concentra nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

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O Terra procurou o INSS para comentar o caso e ainda aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Fonte: Redação Terra
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